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Navegando Pós-Graduação por Assunto "(Des)Autorização Docente"
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- ItemAuctoritas Inter-Rogada: Docência (Re)Inventada(2017-05-05) Cortizo, Telma LimaA pesquisa doutoral nomeada de Auctoristas inter-rogada: docência (re)inventada é uma pesquisa fundada nos pressupostos teóricos metodológicos e epistemológicos da pisicanálise e educação, na medida em que trabalhou construtos da função paterna, pulsão de vida e morte, sujeito suposto saber e transferência, dentre outros. Tem como objetivo analisar a (des)autorização docente na escola contemporânea, buscando desvelar suas implicações no saber docente. O panorama social descortinado pela globalização, sustentado por um processo de modernização que expandiu de forma mais acelerada desde meados do século XX, repercute em profundas transformações no estar social contemporâneo. O culto a imagem intensificado pelas novas redes de informação e a busca incessante do hedonismo constituiu mudanças significativas nas formas de se relacionar. A modernidade líquida (Bauman, 2011); o processo de desencaixe (Giddens, 1991); o fim das metanarrativas (Lyotard, 2002) e a dessimbolização do mundo (Dufour, 2005) anunciam a inscrição de um cenário, cujos pilares acedem para formas de organizações mais flexíveis, híbridas e autónomas. No rastro da indiferença afirmada por Lipovetsky (2014), em que professor e aluno são tomados cada vez mais como iguais e o desejo de saber se constitui num cenário esvaziado de sentidos, a problemática se inscreve: de que maneira a (des)autorização docente se constitui na escola contemporânea e quais suas implicações no saber docente? O referencial teórico estudado teve como aporte Kojève (2006); Arendt (2011); Foucault (2012, 2016); Freud(1996); Lacan(1975); Pereira (2008); Ornellas(2011); Bauman (2011); Giddens (2011); Nóvoa (1999); Canário (2005); Gatti(2010), dentre outros. Nesse sentido, a abordagem qualitativa apresentou-se como metodologia de pesquisa que possibilitou apreender o entendimento e a interpretação dos atos dos sujeitos implicados. A ênfase foi no Estudo de Caso (YIN, 2005), por ser um estudo complexo de uma instância particular, que permitiu analisar o fenômeno em profundidade. Os dispositivos de coleta de dados utilizados foram: observação, entrevista semiestruturada e conversações. Os sujeitos foram selecionados pelo critério do desejo, perfazendo o total de sete advindos do ensino médio. O locus da pesquisa foi uma escola pública da rede estadual da cidade de Salvador, de porte grande, localizada num bairro central da cidade. Foram construídas unidades de análise, as quais tiveram como suporte a análise do discurso de vertente francesa. Os resultaram revelaram professores implicados e responsáveis com o saber docente, que mesmo sem se dizerem desautorizados ou adoecidos, apresentaram durante a aplicação dos dispositivos de coleta de dados, resquícios de uma autoridade inter-rogada, em grande medida, pelo lugar e posição assumidos cotidianamente diante do (a) aluno (a), acompanhados pelos desafios de um social complexo. O caos escolar expressa-se na indisciplina, na dispersão, na indiferença, no tédio, nos parcos recursos da docência esvaziada de significados e significantes para si e para o (a) aluno (a). Assim, a desvalorização, a solidão, a escuta e a transferência se apresentaram como ausência de reconhecimento da profissão. Portanto, a tese aqui defendida refere a (des)autorização docente na escola contemporânea como percursos constitutivos ambivalentes inscritos em tempos de liquidez tendo como referente a autoridade continuamente inter-rogada. Nesse sentido, postula-se o investimento na palavra e na escuta das singularidades como princípios que permitam emergir a autoria, o reconhecimento, o respeito e a valorização profissional, quiçá, por essa via, a docência possa ser (re)inventada.