Navegando por Autor "Souza, Marcos Aurélio dos Santos"
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- ItemA arte de cozinhar e de comer em Dona Flor e seus dois maridos, de Jorge Amado(Universidade do Estado da Bahia, 2023-03-20) Portela, Laís Conceição; Silva, Márcia Rios da; Souza, Marcos Aurélio dos Santos; Vieira, Nancy Rita FerreiraEsta dissertação apresenta reflexões acerca da cozinha baiana no romance Dona Flor e seus dois maridos, do escritor Jorge Amado, publicado em 1966. Nesse sentido, consideram-se os estudos sobre a cultura alimentar na cidade do Salvador e da microrregião do Recôncavo Baiano, consolidada pela reinvenção alimentar dos povos africanos e indígenas e pela contribuição dos portugueses. São analisadas nessa prosa ficcional duas dimensões da cultura da alimentação: a) a arte de cozinhar, como uma atividade cotidiana, com foco na linguagem das receitas, procedência dos ingredientes, preparo dos pratos culinários e agentes dessa prática cultural implicados na dinâmica das relações de gênero; b) a arte de comer, como um exercício de comensalidade, promovida pela cozinha baiana, no qual emergem formas de sociabilidade peculiares, que são constitutivas de expressões identitárias. Para as análises dessas questões, são relevantes as contribuições teóricas do campo da antropologia alimentar, da sociologia e história da alimentação, bem como de estudos sobre os modos de cozinhar engendrados na vida cotidiana, linguagem receitual e contexto histórico e social, determinantes na formação da cozinha. O estudo realizado conclui que a literatura de Jorge Amado tem sua relevância na construção da história da culinária baiana. Ao incorporar na trama ficcional uma prática alimentar que se firma na Bahia, sobretudo com a contribuição dos povos africanos, o escritor tem sua colaboração na construção de uma identidade cultural baiana
- ItemO Amor-destino na literatura Sul-coreana(2021-12-22) Azevedo, Adriana Teixeira de; Prado, Thiago Martins Caldas; Pereira, Fernanda Mota; Souza, Marcos Aurélio dos SantosNesta dissertação, tem-se o objetivo de analisar a presença de traços de amor em narrativas de diferentes momentos históricos da Coreia do Sul. Ao longo da análise, forja-se o conceito de amor destino e se discute como ele se apresenta em narrativas da Ásia oriental. A sugestão dessa possível nomenclatura, amor destino (운명적읶 사랑), é defendida sem julgar o amor sul-coreano como exótico, mas a partir da premissa de que, apesar de o amor ser pluriverso, passível de ser sentido e experienciado por indivíduos independente da sua nacionalidade, ele apresenta peculiaridades relacionadas à cultura do povo que o manifesta, em distintos períodos, em suas narrativas. A fim de desenvolver a pesquisa proposta, engendra-se o referencial teórico nos constructos da Literatura Comparada a partir de Baldensperger (1921), Cairo (1997), Chow (1995), Coutinho e Carvalhal (1994), Perrone-Moisés (1990), entre outros. E para a forja comparativa sobre o amor em diferentes fases da Literatura SulCoreana, lança-se mão dos estudos de Rougemont (1939), Compagnon (1999), Jankowiak e Fisher (1992), Watt (1957), entre outros. Elabora-se um quadro comparativo dos textos literários sul-coreanos que compõem o corpus da pesquisa, permitindo a leitoras e leitores: visualizar, de maneira sintética, um panorama literário historiográfico, abrangendo sete textos, de 37 a.C. a 1724; conhecer os títulos dessas produções em três idiomas (coreano, inglês e português), os gêneros literários (história oral, romance, conto) e as fontes dos textos. Como principais resultados, discutem-se e divulgam-se histórias de amor sul-coreanas, às quais, por muito tempo, parte do público leitor brasileiro não teve acesso.
- ItemDo barro as águas interseccionais de Ponciá Vicêncio(Universidade do Estado da Bahia, 2023-03-25) Cerqueira, Vanessa Santos; Souza, Marcos Aurélio dos Santos; Moreno, Luciana Sacramento; Moreira, Nubia ReginaO presente trabalho reflete por meio da obra Ponciá Vicêncio (2003) da autora Conceição Evaristo, de que forma o processo de construção de identidades na diáspora brasileira, à luz do viés interseccional, atravessa a referida obra e tece a estética que essa produção literária produz. Analisou-se o processo de construção identitária da personagem principal, as violências de gênero e raça que acometem a protagonista, bem como as singularidades literárias da obra a exemplo do mito do angorô, o trabalho artístico da personagem com o barro e sua relação com as águas do rio. O trabalho evidencia as experiências adquiridas pela protagonista, que são narradas desde sua infância até sua vida adulta. Trata ainda das diversas perdas que a protagonista sofre ao longo de sua trajetória, do desamor, do banzo e da subjetividade das personagens. Essas discussões se baseiam nas considerações de Hall (2003), a respeito da diáspora e identidade; Crenshaw (2002), a respeito do conceito de interseccionalidade; Akotirene (2018) e Gonzales (1984), para fundamentar os debates acerca do feminismo negro no Brasil e a interseccionalidade; hooks (2010), sobre o amor e suas implicações na comunidade negra; Cuti (2010) e Souza (2017), para alicerçar o debate sobre a Literatura Negro-Brasileira e Dalcastagné (2012), para fundamentar a discussão acerca da literatura contemporânea. Isto posto, reitero que as perspectivas de amor e desamor presentes na obra, bem como a maneira que as personagens são atingidas pela estrutura hegemônica que marginaliza os nossos afetos são analisadas no decorrer das seções. Além disso, teci considerações sobre ascensão social do negro e como isso está presente na obra por meio das personagens Luandi e Ponciá Vicêncio, pautando o teor interseccional da obra e o percurso histórico da interseccionalidade. Outrossim, disserto a respeito da escrevivência e como o termo vem sendo difundido, passando a se tornar um conceito em construção. Além do que, reflito sobre a importância do barro e das águas na narrativa, abordo a questão da subjetividade e o processo de construção identitária enfrentado pela personagem.
- ItemOs olhos de dentro sobre as infâncias e identidades negras em Leite do Peito, de Geni Guimarães(Universidade do Estado da Bahia, 2023-05-15) Santos, Helena Vitória Nascimento dos; Gonçalves, Luciana Sacramento Moreno; Santiago, Ana Rita; Souza, Marcos Aurélio dos SantosA presente dissertação, de viés bibliográfico, visa analisar no livro Leite do Peito: Contos (2001), de Geni Guimarães, como pela ótica da infância são construídas as identidades negras apresentadas nos contos memorialísticos e ficcionalizados do mencionado livro. O intuito do estudo é problematizar, como modo curativo para o trauma com o racismo, o processo de emudecimento da escrita de mulheres negras, historicamente silenciadas pela teoria e crítica literárias brasileiras e ressaltar a produção deste segmento com foco na escrita autoral de Geni Guimarães, na tessitura do livro Leite do Peito: Contos (2001). Para tanto, objetiva-se investigar a trajetória do apagamento do personagem negro no romance brasileiro até o solo fértil da tradição negro-feminina, em especial, a produção de Maria Firmina dos Reis, Carolina de Jesus e Geni Guimarães; identificar na voz autoral geniniana, o entrelaçamento-roda entre negritude, memórias, identidades e cosmovisão africana, presentes nas escritas em prosa e poesia e o processo de enegrecimento e militância literária presentes nos escritos de Geni; relacionar a construção das identidades a comunhão familiar a partir das categorias: maternidade, paternidade e fraternidade no contexto do livro Leite do Peito e, por fim, analisar, dentro do simbolismo da árvore sagrada, a construção identitária que constitui a menina negra em seu processo de amadurecer e resplandecer. Elabora-se neste estudo, a memória como elemento essencial de construção de signos e desconstrução de discursos opressores, ressaltando-se o teor ficcional das tessituras do livro: Leite do Peito: Contos (2001), ao trazer a ótica da infância negra como norteador das vivências, amores, dores, saberes, culturas, fé e narrativas de todo uma comunidade negra no pós-abolição a partir da força vocal oriunda da personagem-narradora, ao evocar demandas políticas, socioculturais e históricas de sociedades marginalizadas e invisibilizadas na historiografia brasileira, combatendo estereótipos e destacando as experiências do Outro, representado pela coletividade descendente de africanos em uma escrita feminina negro-brasileira, identitária e centralizada na figura da menina negra.