Autonomia em Episódios Interativos entre Professora e Crianças da Educação Infantil

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Data
2015-05-13
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Resumo

A pesquisa nasceu da inquietação quanto às práticas pedagógicas desenvolvidas por professores que atuam na Educação Infantil e aos direitos e possibilidades de autonomia das crianças nessa etapa da Educação Básica. Teve por objetivo analisar contextos interativos que envolvem crianças e professores e a possibilidade da autonomia das crianças no processo educacional, conforme três procedimentos distintos: 1) observações com registros no caderno de campo; 2) videogravações de episódios interativos entre professora/crianças, crianças/professora e crianças/crianças; 3) entrevistas semiestruturadas junto a professora e as crianças. Para a realização da pesquisa, recorreu-se aos pressupostos da abordagem qualitativa, como um estudo descritivo, partindo do princípio de que os participantes de uma determinada realidade educacional podem estar no centro da indagação, portanto, interlocutores privilegiados e sujeitos. A pesquisa foi realizada em uma instituição Municipal de Educação Infantil do município de Vitória da Conquista – Bahia, com uma professora e seis crianças de uma mesma turma, escolhidas aleatoriamente. Após as entrevistas com a professora, construiu-se um processo de interlocução com as crianças, mediado pelos vídeos, no propósito de discutir com cada uma a sua participação nas atividades. Para tratamento dos dados empregou-se o procedimento de análise de conteúdo, pois se pretendeu identificar os conteúdos manifestos que levassem a compreender o desenvolvimento da autonomia ou não das crianças no contexto escolar. Embora reconhecendo que, no dia a dia do processo educacional, é impossível aproveitar todas as contribuições das crianças, fica claro em todos os episódios gravados que a professora está mais atenta ao planejamento dos conteúdos e à forma estabelecida para trabalhar em sala de aula, do que em contar com a colaboração ou com as experiências dos educandos. Todas as seis crianças que participaram do estudo se confirmaram como sujeitos que falam, escutam e participam de escolhas. Mesmo com os diversos desafios presentes em instituições que historicamente se consolidaram como espaços educacionais, os conflitos se revelam, principalmente em relação às distâncias geracionais. Desse modo, conclui-se que a escola se afasta da realidade do contexto sociocultural das crianças, não as envolve no processo educacional, desconsidera suas iniciativas e questionamentos e, consequentemente, consolida um modelo de educação para a heteronomia.


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Palavras-chave
Autonomia, Crianças, Educação Infantil, Formação de Professores
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