Pairando sobre o abismo: da epidemia discursiva à escrita da Aids nas narrativas de Caio Fernando Abreu
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Resumo
O intuito deste trabalho é discutir questões referentes à escrita da AIDS nas narrativas de Caio Fernando Abreu, no sentido de entender e problematizar o conceito de escrita da AIDS a partir de sua identificação com a ideia de uma epidemia discursiva sobre a doença. Como corpus, foram eleitos contos das coletâneas Os dragões não conhecem o paraíso e Ovelhas negras, assim como a novela “Pela noite” e o romance Onde andará Dulce Veiga? A proposta central foi analisar representações não somente de Abreu como também de outros escritores brasileiros, os quais tematizam a AIDS e sua extensão e repercussão na sociedade brasileira. Ante tal propósito, tornou-se necessário discutir o momento histórico desencadeador das questões e problematizações com que se envolve a epidemia, uma vez que a escrita da AIDS se posicionaria como uma resposta ao imaginário e aos discursos reinantes no entorno da emergência da doença. A análise das narrativas se fundamenta em três eixos: a relação entre literatura e doença, a manifestação da AIDS nos corpos e a repercussão da epidemia nos espaços por onde trafegam os personagens. Como aporte teórico, recorreu-se ao apoio em autores de diferentes áreas, entre eles, destacando-se Herbert Daniel (1991), Italo Moriconi (2006), Joel Birman (2003), Marcelo Secron Bessa (1997, 2002), Susan Sontag (1989) e Zygmunt Bauman (1998, 2001)