Incidência de amputação não-traumática de membro inferior em diabéticos no ano de 2009, em uma unidade hospitalar pública, no município de Salvador, Bahia
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Resumo
Fundamento: O Diabetes Mellitus é uma doença grave que culmina com uma elevada incidência de amputação, internação prolongada e demanda de altos custos hospitalares, é ainda, um fator considerável de incapacidade, invalidez, aposentadoria precoce e mortes evitáveis. A estimativa da incidência de amputados de membros inferiores é um recurso que pode ajudar na organização de novas ações do poder público de saúde para tentar minimizar a ocorrênca de amputações, seus fatores de risco e o grau de morbi/mortalidade da população estudada. Objetivo: Estimar a incidência de amputações e reamputações de membro inferior (AMI) em diabéticos, em uma Unidade Hospitalar Pública do município do Salvador, 2009. Métodos: Estudo de incidência a partir da análise de prontuários de 200 pacientes diabéticos submetidos a amputações em membros inferiores, em 2009, ocorridos em uma unidade pública hospitalar no município do Salvador, Bahia. Foram excluídas amputações de causas traumáticas e/ ou não associadas à diabetes. O instrumento de coleta de dados, aplicado entre os meses de dezembro de 2010 e abril de 2011, continha questões relativas às condições sócio-demográficas e clínicas. A análise estatística dos dados foi realizada no programa Epi Info, versão 3.5.2. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado da Bahia. Resultados: Dos 192 diabéticos amputados obteve-se uma incidência de 246 amputações e 56 reamputações, amputados pela primeira vez foram 178. Não foram encontradas diferenças entre o sexo dos pacientes submetidos à amputação, apenas que os homens sofreram mais reamputações (p<0,05). A média de idade obtida foi de 65,1 anos, composta principalmente por indivíduos de cor/raça parda (55,2%), casados (34,9%), analfabetos (48,8%), aposentados (70,6%) e de renda familiar entre 0 a 1 salário mínimo (30,7%). O tipo de diabetes mais predominante foi do tipo 2 (69,6%) e quanto à terapia farmacológica, o uso exclusivo de hipoglicemiantes oral foi o mais utilizado com 45,9%. A comorbidade do DM mais insidiosa foi a HAS. Das 246 AMI, 42,3% envolviam os dedos dos pés e sobre a quantidade de AMI realizadas, 70,8% dos pacientes sofreu apenas uma amputação. A média do tempo para reamputação foi de 3,2 ± 6,7 meses. O diagnóstico de pé diabético foi encontrado em 48,7%, foram a óbito no pós-operatório 40 (20,8%) dos pacientes amputados. Conclusão: Verificou-se uma incidência elevada de amputação não traumática de MMII em diabéticos no ano de 2009, na unidade hospitalar pública. A instituição de medidas de controle da DM que visem à prevenção do aparecimento de suas complicações é necessária, e que essas medidas devem ser realizadas tanto pelos profissionais dos serviços de saúde, como pelos portadores da doença e por seus familiares. Nesse sentido um serviço de saúde que contemple a educação em saúde no seu cotidiano abre-se para uma realidade com perspectivas de prevenção e controle de sequelas que limitam, mutilam e alteram a vida dos indivíduos portadores de DM.