Quilombo do conhecimento: a experiência das relações interculturais na UNILAB, uma análise de seus dilemas e possibilidades como perspectiva decolonial

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2022-03-04
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Resumo

Este trabalho trata de um dos frutos das lutas, mobilizações, tensionamentos e esforços empreendidos pelas populações negras para a institucionalização de uma educação antirracista. A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia AfroBrasileira (UNILAB), lócus do nosso estudo, nasce destas iniciativas, em consonância com políticas educacionais afirmativas e de expansão das universidades públicas federais no Brasil, orientada também para a sua internacionalização e interiorização. Em parceria com os países lusófonos africanos, a Unilab finca as suas raízes em territórios de resistência das populações negras do Ceará e da Bahia e marca um novo capítulo na educação superior brasileira, uma vez que assumiu o compromisso e a responsabilidade de estabelecer novas relações entre brasileiros e africanos lusófonos a partir de uma formação acadêmica pautada na pluralidade de ideias, etnias, gêneros, epistemologias e histórias. O debate que envolve as perspectivas decoloniais, interculturais e afrocentradas ainda é muito recente no Brasil, sobretudo no que tange à formação de professores/as. Objetivamos nesta pesquisa compreender se a proposta pedagógica para a formação de professores/as, aliado às trocas interculturais entre estudantes brasileiros e africanos da Unilab/Malês, tem se constituído como um processo de aprendizagens decoloniais, antirracistas e interculturais para estes futuros educadores. Desse modo, para a realização dessa pesquisa, de base qualitativa, adotamos o método etnográfico, o qual precisou ser ressignificado, em virtude da crise sanitária que se abateu sobre o mundo. Para melhor dialogar com os objetivos propostos, colhemos narrativas de atores sociais oriundos dos cursos de licenciatura em Letras, Pedagogia, História e Ciências Sociais, já que esses sujeitos estarão aptos a trabalhar nas escolas de educação básica. Narrativas negras, diaspóricas, de brasileiros/as guineenses, angolanos/as e cabo-verdianas conduziram os nossos olhares e reflexões para além dos documentos, propostas e projetos. São diálogos que mostram como a diversidade de pessoas presentes na Unilab/Malês está construindo experiências culturais, políticas, sociais e educacionais outras, que geram conflitos e também novas formas de aprendizados com práticas decoloniais, afrocentradas e interculturais.


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Palavras-chave
Educação., Formação de professores., Decolonialidade., Interculturalidade., Afrocentricidade
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