A Virtude Como Um Signo Primordial da Nordestinidade: Análise das Representações da Identidade Social Nordestina nos Filmes o Pagador de Promessas (1962) e Sargento Getúlio (1983)
Data
Autores
Orientador
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
Os filmes operam e categorizam uma multiplicidade de imagens marcadas e reconhecidas por estereótipos, fincados na dominação econômica e política. Nas representações do cinema brasileiro, o nordestino aparece associado a signos de nordestinidade como seca, pobreza e virtude ou Arete, em grego. Face ao exposto, à guisa da teoria das representações sociais e dos estudos sobre a identidade social nordestina e estereotipia, procuramos estudar os quadros sociais que serviram para compor a formação do homem nordestino no cinema brasileiro. Primeiro foi necessário distinguir a representação social dos nordestinos nos filmes O Pagador de Promessas (1962) e Sargento Getúlio (1983), em seguida diagnosticar que tipo de identidade social nordestina é construída, reconhecendo o valor positivo ou negativo da virtude como um signo de nordestinidade e, por último, analisamos quais as virtudes nordestinas e qual o tipo de virtude que os espectadores podem aprender a partir das imagens fílmicas estudadas, através de uma abordagem qualitativa, preocupada em colaborar para a integração entre educação e comunicação. Assim, foi possível concluir, em linhas gerais, que a maioria dos filmes de ficção de longa-metragem produzidos sobre o nordestino, seguindo uma tendência de homogeneização da imagem do Nordeste fincada na literatura brasileira, centra o seu discurso na figura de um mártir, de um sertanejo virtuoso que desenvolve sua existência numa dimensão trágica. É categorizada uma identidade social nordestina que opera como um sistema de reprodução cultural, promovendo nas pessoas o sentimento de participação (ou não) da idéia de ser nordestino.