Encruzilhadas no coração de Shirley: a cidade, o gênero e o corpo no cinema de Edyala Iglesias

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2015-03-09
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Resumo

Este trabalho adotaa cidade, o gêneroe o corpocomoelementos temáticos queatraem a nossa atenção e nos ajudam a compreender o curta-metragem realizado em 2002 por Edyala Iglesias,o qualnos serviráde escopocientífico. Tomamos diferentes acessospor onde circundamfragmentos, mitos, fantasmas,imagens, ritoscomo uma via produtiva para chegaraocoração de Shirley.A cidade invisível, o desdobramentodas inúmeras redes discursivas que contemplamo gênero do/no cinema, bemcomoas imagens de umcorpo-labirínticorepresentado emEvae Shirley, personagens do filme, serão nossas encruzilhadas. O coraçãoé o grande circuitopor onde se entrecruzamas metáforas que inseremo mundo convulso das personagenseexibem, alegoricamente, as novas centralidades do mundo contemporâneo. A partir de uma constatação do atual contexto de espetacularização das cidades contemporâneas, procuramos investigar quais “micro-resistências”resultam desse processo e quaisexperiênciasurbanassão estimuladasno corpo das personagens,configurando diferentes corpografias.No cruzamento de saberes, vozes, imagens, olhares, femininos e masculinos, vemos emergir na contemporaneidade uma pulsão muito particular do cinema pelo entrelugar, através da figura emblemática da travesti, como uma tentativa de escamotear as próprias definições classificatórias do que vem a ser um homem e uma mulher. O efeito é arrebatador,principalmente porque essas entidadestendem a dar significado à dissolução de inúmeras fronteiras e guardam, como no mito de Pandora, a caixa de segredosentre o que é e o que parece ser, num jogo de espelhos estilhaçados ante o desejo humano


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Palavras-chave
No Coração de Shirley, Gênero, Corpo, Cidade, Cinema
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