O presente trabalho busca compreender o protagonismo de sujeitos acusados de heresia na Segunda visita do Santo Ofício às terras da Bahia, em 1618. Discute-se também de forma breve a trajetória da máquina inquisitorial até sua chegada ao Brasil pela primeira vez sob encargo do Inquisidor Heitor Furtado de Mendonça, dando início à malha teatral que cobriu todo o território da colônia por quatro vezes. Aqui, são apresentadas as engrenagens da máquina inquisitorial e como a mesma estava articulada para atender as demandas contidas no regimento de 1613, especificamente na segunda visitação, além de abordar a figura incógnita do Inquisidor Marcos Teixeira frente à segunda grande visita do Tribunal do Santo Ofício. Culminando no recolhimento de diversas denúncias e confissões, esta pesquisa apresenta alguns casos específicos de sujeitos considerados hereges que se tornaram protagonistas de suas histórias, analisando suas estratégias para burlar ou se livrar dos cárceres inquisitoriais. Tudo isso graças ao acesso aos livros das denúncias e das confissões que foram produzidas aqui na Bahia no período de 1618 e 1620, temporalidade na qual acontecia a segunda grande visita do Santo Ofício ao Brasil. Nestes documentos estão contidas informações detalhadas acerca das pessoas que passaram pelas audiências do Tribunal da Inquisição.