DANDO A DRÁCULA DE BRAM STOKER MAIS UM DENTE: ADAPTAÇÃO E RECRIAÇÃO NO DRÁCULA DE COPPOLA.
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Resumo
A presente monografia tem como objetivo investigar o processo de adaptação e recriação da obra Drácula de Bram Stoker (1897) para o cinema, considerando o contexto cultural em que o romance e a adaptação fílmica Drácula de Bram Stoker, do diretor Francis Ford Coppola, lançado em 1992, foi produzido. A longevidade de Drácula se deve, em grande parte, à sua constante recriação, especialmente pelo cinema, pois, ao adaptar o romance de Stoker, os roteiristas e diretores trazem consigo suas influências culturais, que afetam as decisões tomadas em relação a acréscimos, omissões e modificações nos elementos da narrativa. A análise se embasa na crítica cultural focalizando a caracterização do personagem Drácula no filme de Copolla, que tem como subtítulo “de Bram Stoker”, afirmando sua filiação ao romance. Como referências, toma-se Jean-Luc Martin-Lagardette (1998), Ken Gelder (1994), David Glover (1996), Brian McFarlene (1996), Jay Clayton e Eric Rothenstein (1991) para compreender os mecanismos e aspectos da crítica, assim como, da teoria da adaptação e cinema. Os resultados, embora possam tentar (ou pretender tentar) permanecer fiéis ao texto original, são novas encarnações de Drácula, mais reflexivas das culturas nas quais os trabalhos foram produzidos do que da concepção original de Bram Stoker. A análise desvela como o personagem Drácula transmuta-se de um monstro medonho para um misterioso sedutor, de uma besta inumana do mal inquestionável para um humano complexo, evocando uma estranha simpatia e obscurecendo as linhas entre o bem e o mal.