Enteroparasitos de importância médica entre escolares da zona rural de Paulo Afonso - BA
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Resumo
As parasitoses intestinais constituem um grande problema de saúde pública mundial, sendo considerada uma das principais Doenças Tropicais Negligenciadas, estando sua prevalência associada a países em desenvolvimento. Os escolares, principalmente que residem em áreas rurais, consistem no grupo mais suscetíveis a infecção por enteroparasitos, devido aos hábitos de higiene precários, dependência de cuidados alheios, bem como, em virtude das condições sanitárias e de moradia fragilizadas presentes nessas regiões. Desse modo, este estudo teve como objetivo avaliar a ocorrência de enteroparasitos em escolares de seis escolas da zona rural do município de Paulo Afonso – BA e correlacionar com fatores de risco socioeconômico-ambientais. As unidades de ensino selecionadas considerando a viabilidade de acesso e aceite da pesquisa foram: João Fernandes de Souza, Pedro Januário dos Santos, Manoel Pereira, Rui Barbosa, Antônio Ramalho e Rita Gomes de Sá, localizadas nas comunidades Açude, Caiçara II, Salgadinho, Caiçara I, Arrasta Pé e Malhada Grande, respectivamente. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade do Estado da Bahia, sob o parecer de nº 1.969.897 e pela Secretária Municipal de Educação. Para a coleta de dados acerca dos fatores de risco à aquisição de parasitos intestinais, foram administrados formulários semiestruturados, junto aos responsáveis, após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O material coproparasitológico, amostra única por participante, foi recolhido dos escolares, após preenchimento do Termo do Assentimento do Menor, processado por sedimentação espontânea e analisado microscopicamente em triplicatas. A correlação foi realizada no Software SPSS, versão 25.0, através do teste qui-quadrado, com correção de teste exato de Fisher, em significância de 5%. No total, foram obtidas 55 amostras, destas 53,6% estavam positivas. A associação dos aspectos socioeconômico-ambientais com a ocorrência deu significância para faixa etária de 5-8 anos (p = 0,038) e renda familiar ≤ 1 salário mínimo (p = 0,026) diante disso, percebe-se que os escolares entre 5-8 anos de idade, bem como, que possuem renda familiar ≤ 1 salário mínimo, possuem uma maior probabilidade de se infectarem por parasitos intestinais, uma vez que populações de baixa renda têm mais difícil acesso a orientações sobre prevenção das enteroparasitoses e crianças nesta idade estão no período de exploração oral, que consiste em direcionar todos os objetos a boca. Portanto, faz-se necessário o desenvolvimento de ações de educação em saúde preventivas frente as parasitoses intestinais, visando mitigar o risco de reinfecções, bem como a exposição aos fatores de risco.