Corpos em transe na cidade do Salvador: fotografias de Pierre Verger (1940-1950).
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Resumo
Este trabalho procura analisar as práticas emergentes contidas no espaço urbano da cidade do Salvador 1940/1950, observada por meio das experiências corporais fotografadas por Pierre Verger nas imagens fotográficas do livro Retratos da Bahia (1980) (nas séries dos sambistas, capoeiristas e os orixás no candomblé), que nos permite teorizar o cotidiano das ruas e seus personagens que persistiram na contramão dos fluxos modernos associados a padrões de homogeneização. A cidade e seus personagens são entendidos como corpo, palco de inscrição de acontecimentos, ebulição de sensações, perante o qual identificamos no período a projeção de diversas possibilidades de vida urbana, perspectivas ora semelhantes ou contrárias, as quais foram analisadas no intuito de compreender as intervenções, os dispositivos discursivos que tentavam silenciar os personagens a margem da sociedade. Nessa perspectiva percebemos através do olhar estetizado, místico, revestido de sensualidade e erotização dos corpos fotografados por Pierre Verger pontos de inflexões, rupturas, pois é notória uma mobilidade desses personagens ordinários dentro do lugar de poder, que contrapunham ,rompiam com os discursos e práticas institucionais estabelecidos.