A história dos negros da “Terra dos Ausentes”, comunidade rural do município de Elísio Medrado, Recôncavo Sul da Bahia, mostra, através das memórias do lugar, como ocorreu o processo de ocupação do espaço, em que o uso comum da terra no passado possibilitou no presente uma organização socioeconômica estabelecida por laços de parentesco e práticas de subsistência que deram à comunidade o nome de “Comum”. Sendo assim, o presente estudo busca analisar a comunidade tradicional “Comum” através da memória e sua relação com o lugar para conhecer as potencialidades de desenvolvimento local, dada a relevância que o espaço por ela ocupado está sendo tomado para o projeto de Área de Proteção Ambiental (APA). Trata-se de um estudo de caso, cujas discussões se efetivaram a partir da realização de pesquisas bibliográficas, que embasaram o debate acerca das concepções de comunidades tradicionais, memória, lugar e desenvolvimento local. Além do mais, a pesquisa eminentemente qualitativa, utiliza-se de quatro vetores de investigação como instrumentos de coleta de dados, que se servirá de história oral com os moradores mais antigos, três grupos focais – um com os homens, outro com as mulheres e outro com os jovens –, observações diretas em vistas in lócus e a realização de entrevistas semiestruturadas com lideranças e/ou moradores mais conhecidos