E então falamos nós: vozes literárias afrodiaspóricas e femininas do Recôncavo Baiano
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Resumo
A presente dissertação aborda as vozes afrodiaspóricas presentes na literatura de Escritoras Negras do Recôncavo Baiano, ressaltando a condição feminina como fator relevante na produção de tais escritos. Para tanto, realizou-se este estudo a partir da literatura de sete escritoras negras da Região: Sued Nunes, Jacquinha Nogueira, Daianna Quelle, Isadora Silva, Giselli de Oliveira, Andrielle Antônia e Dinha dos Anjos, residentes e/ou nascidas em Sapeaçu, Santo Antônio de Jesus, Cachoeira e Muritiba, cidades que compõem a Região do Recôncavo Baiano. Elas abordam questões da memória cultural, ancestralidade, da identidade e autoria, ao tecerem versos e narrativas com marcas discursivas, em que traços raciais e de gênero são evidenciados. Ao conhecer os discursos produzidos por essas mulheres, procuramos observar as particularidades da escrita feminina e negra, bem como sua relação com as marcas identitárias que advêm de culturas africanas ressignificadas no Recôncavo e inscritas em suas obras literárias. Tal abordagem foca-se, fundamentalmente, na possibilidade de refletir sobre a maneira como as literaturas que abraçam a cultura africana permeiam o universo literário da Bahia. Como fundamentação teórica, utilizamos os postulados de Stuart Hall, um dos principais autores a discutir o conceito de identidade dentro dos estudos culturais; Guacira Lopes Louro, Judith Butler e Djamila Ribeiro, com os posicionamentos sobre gênero e feminismo negro; Conceição Evaristo, Cuti e Ana Rita Santiago, trazendo reflexões a respeito da literatura de autoria feminina e negra, dentre outros. Ao centrar-se na obra de autoras negras baianas, contemporâneas e desconhecidas, buscou-se uma relação importante, a de pensar, dentro do elemento racial negro, como a autoria constitui-se em meio aos discursos contemporâneos sobre a negritude feminina.