A pesquisa que realizamos está relacionada à construção da Barragem Luiz Vieira em 1983, no município de Rio de Contas Bahia, que inundou a Comunidade Quilombola de Riacho das Pedras, e provocou sérios danos às outras duas comunidades, Barra e Bananal. As comunidades de Barra e Bananal sofreram mudanças graves, pois o rio que ali passava foi desviado alagando as mais férteis terras dessas comunidades. Já Riacho das Pedras teve menos sorte e foi extinta, encoberta quase por completo pelo espelho d’agua da barragem ficando algumas partes fora d’agua. Mas não havendo condições plausíveis de habitação, os moradores foram forçados a deixar seus territórios ancestrais para tentar a sorte em localidades próximas na periferia de Rio de Contas e até lugares mais distantes como o Estado de São Paulo. Objetivamos analisar o processo da construção da Barragem relacionado esta construção ao Racismo entranhado na estrutura deste país. Realizamos uma pesquisa Qualitativa com base em História Oral, contudo, muito nos dedicamos à análise de documental. Entrevistas Semiestruturadas foram realizadas com moradores das Comunidades afetadas sendo Quilombolas ou não, as entrevistas não foram feitas com crianças. É reluzente o descaso do órgão responsável pela obra, o DNOCS (Departamento Nacional de Obras contra as Secas) que prometeu às comunidades uma série de melhorias e que por certo não foram realizadas, como quadras esportivas, posto de saúde, obras de saneamento básico, dentre outras. Terras alagadas, vidas espalhadas divididas, a memória sufocada em baixo d’água. Este descaso envolve seres humanos, a fauna e a flora e ainda aspectos culturais deste povo que vive naquele território há séculos, em nosso entendimento está lastreado na estrutura racista que existe e prepondera em nosso país, daí uma das razões para fazermos esta pesquisa.