(Re) significação de práticas educativas nas escolas situadas no campo por meio da interseção entre educação matemática crítica e educação ambiental

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2022-06-06
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Resumo

A presente pesquisa dissertada tem como foco investigar os problemas socioambientais que incidem sobre o campo do município de Ibiassucê – BA e como estes podem ser abordados por meio da Educação Matemática Crítica (EMC) e da Educação Ambiental (EA) na educação do e para o campo. De forma mais específica a investigação busca identificar as relações entre as conjunturas sociais, econômicas, culturais e educacionais e as questões socioambientais que afetam os espaços campesinos. Nessa perspectiva o estudo contou com as seguintes questões problematizadoras: quais relações socioambientais perpassam pela história, a cultura, a política, a economia e a educação dos povos do campo, em especial dos habitantes de Ibiassucê, no Semiárido brasileiro? Como essas relações se desdobram em negações, marginalizações e, consequentemente, em problemas ambientais? E ainda, como abordagens envolvendo a EMC e a EA podem contribuir com a construção de uma educação situada campo consciente e emancipatória, especificamente se tratando de campesinos do Semiárido brasileiro? As reflexões construídas ao longo da pesquisa foram fundamentadas pela teoria clássica do Materialismo Histórico-Dialético, engendrada por Karl Marx e pesquisadores da contemporaneidade, bem como pela Pedagogia Histórico-Crítica (PHC) proposta por Dermeval Saviani e com autores como Skovsmose, Vergani e Radford, que propõem debates em torno da Educação Matemática Crítica. Quanto aos processos metodológicos, foram utilizadas as Rodas de Conversa com moradores das comunidades rurais investigadas, as quais foram transcritas e analisadas posteriormente. O estudo contou com 24 (vinte e quatro) participantes. Além do viés teórico já elencado, as análises levaram em consideração também os documentos orientadores da Educação Básica como Base Nacional Comum Curricular, Referenciais Curriculares Estaduais e Municipais, bem como Projetos Políticos Pedagógicos das escolas localizadas no campo e o Código Ambiental do Município. Os achados da pesquisa evidenciaram que o campo (em especial os povos que habitam o Semiárido brasileiro) é fortemente marcado pelas articulações do sistema hegemônico, o qual historicamente o colocou (e continua colocando) em condições de negação e exclusão do decorrer da história, em especial, de negação da educação. Dentro desse cenário, aspectos culturais, econômicos e políticos marcam formas de (re) existência e (re) construção de percursos de lutas por direitos básicos que associam-se aos aspectos socioambientais que caracterizam e marcam o espaço. Assim, as relações estabelecidas dentro desse cenário fomentaram debates que partem da concepção de que matemática, assim como outros saberes sistematizados, compõe a história, a memória e a cultura, abrindo-se como um caminho possível para compreender totalidades e contradições imersas nesse meio. Com base nisso, foi elaborado um Caderno Pedagógico que visa a colaborar na construção de práticas educativas no ensino de matemática que abordem questões socioambientais sob a perspectiva da EMC, as quais podem fortalecer ações positivas para esse contexto.


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Palavras-chave
Educação Matemática Crítica, Educação Ambiental, Educação do Campo, Povos do campo do Semiárido brasileiro
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