Akpalô: Compondo Linguagens Africano-Brasileiras para o Currículo da Educação Infantil no Município de Santo Amaro de Ipitanga

Resumo

Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, apoiada numa perspectiva etnográfica, dedicada a lidar com a singularidade do bairro de Itinga que abriga a presença de comunalidades africano-brasileiras e aborígines, que influenciam o viver cotidiano dessa territorialidade. Apresenta reflexões teórico-epistemológicas no campo da Descolonização e Educação, tendo como referência as arkhés civilizatórias presentes em Santo Amaro de Ipitanga advinda dos patrimônios civilizatórios tupinambá, africano e europeu. Procuramos extrair desses legados civilizatórios a riqueza de valores e linguagens que constituem suas formas de comunicação, elaboração de mundo e sociabilidades. Assim, nos dedicamos a propor linguagens lúdico-estéticas e metodologias para a Educação Infantil da Escola Municipal do Loteamento Santa Julia. A análise que desenvolvemos se estrutura através do conceito de alteridade radical ou escuta radical do filósofo Emmanuel Levinas, e através desses conceitos desenvolvemos análises sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, documento normativo publicado pelo MEC em 2010. Analisamos as práticas pedagógicas das educadoras na Escola Municipal do Loteamento Santa Julia, indagando se essas práticas consideravam o ethos cultural da territorialidade da pesquisa. As reflexões e proposições que apresentamos nesta dissertação dialogam com as perspectivas indicadas nas Leis 10.639.03 e 11.645.08 que incluem a obrigatoriedade do ensino no que tange aos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, da história da África e afro-brasileira e dos povos indígenas no Brasil. Nossa pesquisa explorou documentos históricos, icnografias, observações participantes, entrevistas semiestruturadas e um referencial teórico-metodológico baseado na perspectiva pluricultural de Educação. Finalmente, convidamos o/a educador(a) para arriscar a pensar a partir de outros campos conceituais que florescem através das narrativas que comunicam a identidade profunda das nossas crianças.


Descrição
Palavras-chave
Arkhé, Alteridade Radical, Linguagens Pluriculturais, Educação Infantil
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