A presente dissertação apresenta os resultados de uma pesquisa cujo objetivo foi compreender como os docentes participantes da pesquisa constroem a autonomia no exercício da sua prática pedagógica no ensino superior. Parte de uma problemática que mostra a complexidade da docência universitária e do contexto acadêmico que os docentes vivenciam nas instituições de educação superior. Discorre sobre a importância da autonomia docente como um dos pilares para alcançarmos um ensino que possibilite uma práxis criadora e emancipatória. O referencial teórico sistematiza reflexões acerca de duas concepções de autonomia docente: a autonomia ilusória se configura pelo tipo de professor que apresenta uma preocupação maior pelo rigor, em detrimento da relevância, justamente por não estar preocupado no desenvolvimento de uma visão global da situação, mas sim, na limitação da bagagem em relação ao conhecimento que possui e a autonomia por construção ou emancipação supõe um processo contínuo de descobertas e de transformação das diferenças entre nossa prática cotidiana e as aspirações sociais e educativas de um ensino guiado pelos valores da igualdade, justiça e democracia. A investigação que deu origem a esta dissertação foi desenvolvida por meio de uma abordagem qualitativa que adotou a entrevista como estratégia de coleta dos dados realizada junto a cinco professores de uma universidade pública que aceitaram participar da pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa por atender aos princípios da beneficência, não maleficência, justiça, equidade e respeito à autonomia dos sujeitos entrevistados. Os resultados apontam que os participantes da pesquisa concebem autonomia como liberdade de agir com responsabilidade pessoal com vistas à formação do estudante crítico e comprometido com o seu processo de aprendizagem. Contudo, verificou-se a tendência dos sujeitos em investir na autonomia discente de forma prescritiva, como resultado da ausência de formação pedagógica específica para uma atuação docente mais autônoma.