Este trabalho tem como objetivo estudar a trajetória política e religiosa de Frei Dílson, um padre capuchinho da região do extremo sul da Bahia, destacando seu papel durante a ditadura militar no Brasil. A biografia de Frei Dílson foi construída com base em fontes do Serviço Nacional de Informações (SNI), que levaram à sua identificação, e em entrevistas realizadas com ele. Sua formação foi dividida entre o Brasil e a Itália e foi nesse período que iniciou seu engajamento político e social. De volta ao Brasil, ele se envolveu com as causas sociais da população baiana, especialmente ao se deparar com as mazelas vividas pela comunidade local. Seu trabalho com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a partir de ações de resistência, fez com que fosse investigado e rotulado como subversivo pelo SNI, que atuava como um órgão de repressão infiltrado em diversas camadas da sociedade. A religião e a resistência foram elementos centrais em sua trajetória, fazendo dele um importante agente de luta no contexto da ditadura.