Aluno negro em sala branca: representações sociais de aluno/a sobre relações étnico-raciais afetadas no contexto educativo

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2011
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Resumo

Esta pesquisa, intitulada ALUNO NEGRO EM SALA BRANCA: representações sociais de aluno/a sobre as relações étnico-raciais no contexto educativo, tem como objeto as representações sociais das relações étnico-raciais presentes na escola e apoia-se no objetivo de investigar de que forma a existência de discursos hegemônicos, identificados com a matriz eurocêntrica, e que se impõem ao grupo através da linguagem, dos valores, signos e padrões estéticos, interfere no afeto do aluno negro no contexto educativo. Ao enlaçar a temática com a subjetividade, busquei entender a partir da problemática de como se tem desenvolvido nos alunos em ambiente escolar, os processos de (des)encanto os quais reafirmam ou negam a questão étnico-racial, quase sempre marcadas por afetos ambivalentes de ser ou não ser negro, relações que demandam manejo pelos alunos e professores. Os principais aportes teóricos dessa investigação são: Moscovici (2003) e Jodelet (2001), no campo da abordagem processual das Representações Sociais; Cavalleiro (2001; 2003), Gomes (2001; 2002) e Mattos (2003; 2010), nas Relações Étnico-raciais; e Ornellas (2001; 2005), nos Afetos. O percurso metodológico se apoia na pesquisa qualitativa de base empírica e a coleta de dados foi realizada em uma instituição de ensino Federal, em Salvador-Bahia, com seis sujeitos de ambos os sexos, que nela estudam no Ensino Médio. Os instrumentos de coleta de dados foram: a entrevista, como um processo de interação entre o pesquisador e os sujeitos; o grupo focal, como interação entre os sujeitos a partir de tópicos previamente selecionados e a criação de histórias que capturam os discursos, a existência, ou não, de contradições internas, articuladas com as práticas sociais dos sujeitos relacionadas com objeto pesquisado. Para o exame dos dados, utilizei a análise do discurso de vertente francesa (ADF), por entender que ela permite a atualização de elementos manifestos e latentes que não devem ser perdidos ou mascarados na produção discursiva. É possível pensar, a partir dos dados analisados neste estudo, que os alunos reconhecem a importância da escola e exigem que, além do compromisso de instrução do conhecimento, ela seja responsável pela formação ética e social. É na escola que eles revelam passar boa parte do tempo de suas vidas, mais tempo até do que com as próprias famílias. Por isso, ao desconsiderar a diversidade como possibilidade de reconhecimento da riqueza material e simbólica da sociedade, o conteúdo curricular contribui para a perpetuação das estruturas que impõem a desigualdade como norma. A hegemonização de um modelo exclusivista tem ainda impacto direto nas histórias e nos projetos de vida do aluno, obliterando os seus sonhos ao ver no outro aquilo que ele não é, tornando suas aspirações mais difíceis de serem alcançadas. O que impulsiona e busca esta pesquisa é o desafio de pensar a educação como forma de inclusão, descontaminada da ideologia racista, de forma a revelar e combater os múltiplos fatores que atuam como matrizes geradoras do preconceito e da discriminação, afetos que contaminam a família e a sociedade e adentram os intramuros da escola


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Palavras-chave
Representação social, Relações étnico-raciais, Afetos
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