A senzala doente: escravidão e moléstias na Bahia colonial, 1700-1750
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Resumo
A pesquisa busca compreender a história da escravidão a partir das conexões existentes entre o trabalho escravo e as doenças que acometiam as pessoas nesta condição em Salvador e seu Recôncavo na primeira metade do século XVIII. Focarei meu interesse na análise dos tipos de doenças e deficiências físicas sofridas pelos escravos que foram registrados nos inventários post-mortem de seus senhores da Cidade do Salvador. Essa fonte possibilita a separação de escravos urbanos e das fazendas, bem como a identificação das respectivas moléstias. Vale ressaltar que neste período a capital do Estado do Brasil vivia sob forte efervescência econômica. O comércio açucareiro, a produção de tabaco, as descobertas de ouro nas Minas Gerais e interior da Capitania da Bahia demandava grande fluxo de africanos escravizados para a Cidade da Bahia tornando o seu porto não apenas um entreposto comercial de primeira grandeza para Portugal no Atlântico, mas, também, um palco para o despertar de inúmeras doenças que viriam a acometer a população, especialmente os escravos, tanto pelas condições das próprias embarcações em que atravessavam o oceano quanto pelas condições de sobrevivência no sistema escravocrata.