Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Doutorado Acadêmico) Multi-Institucional Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento (DMMDC)
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- ItemEnlaces entre governança universitária e gênero: trajetórias de mulheres Reitoras nas Universidades Estaduais da Bahia(Universidade Federal da Bahia, 2018-12-13) Lima, Adriana dos Santos Marmori; Menezes, Ana Maria Ferreira; Castro , Yeda Antonia Pessoa de; Pimenta, Lídia Boaventura; Carvalho , Teresa; Silva, Francisca de Paula Santos da; Pimentel, Gabriela Souza Rêgo; Barbosa, Licia Maria de Lima; Messeder, Suely AldirGovernança universitária e relações de gênero são temas que se entrecruzaram para que tivéssemos uma compreensão sobre as especificidades da gestão desenvolvida por mulheres que assumiram a reitoria das Universidades Estaduais da Bahia. Investimos em matrizes teóricas sobre governança pública e gênero e trouxemos para o diálogo Paulo Freire e Marilena Chauí, com o intuito de refletirmos sobre a ideia de Universidade como um lócus de produção de conhecimento emancipatório, embora essa instituição ao longo de sua história tenha reproduzido em suas dimensões administrativas e acadêmicas, o androcentrismo, o classismo, o racismo e o colonialismo edificados na sociedade brasileira. Para além destes autores/as, trilhamos um debate sobre Estado e o planejamento da gestão das universidades públicas. Com as teorias de gênero, enfrentando a construção social da divisão sexual e seus desdobramentos na dimensão do trabalho, entrecruzamos essa temática com aquelas matrizes construídas sobre gestão universitária no interior das universidades públicas estaduais da Bahia. No caminho metodológico, nos debruçamos sobre os regimentos das universidades, seus planos de Desenvolvimento Institucionais e estatutos e entrevistamos as ex-reitoras destas UEBAs. Na análise do material, identificamos a faceta androcentrica dos documentos e assinalamos como a gestão das mulheres se recria e se reinventa na condição de resistência. Os achados revelam as trajetórias de vida pessoal e profissional bem como as especificidades da governança realizada por mulheres. As competências ressaltadas denunciam os procedimentos historicamente adotados por homens no desenvolvimento de funções de comando, e acrescidas àquelas que usualmente foram naturalizadas para essas, constitui um poder que as diferencia. Assumindo um lugar de resistência e de protagonistas na gestão, buscamos difundir o trabalho exitoso das mulheres no âmbito das universidades e reiterar a relevancia desses espaços de liderança. Finalmente, na defesa de um processo formativo interdisciplinar de governança universitária com e para mulheres, propõe-se o desenvolvimento de um projeto de extensão, tomando como base as discussões aqui postas, de forma dialógica, com mulheres que ocupam cargos de gestão, pesquisadoras sobre gênero e governança pública, para que esta tese possa ser usada na criação e na dinamização de espaços multirreferenciais de encontros e novas aprendizagens, capazes de denunciar as relações desiguais e preconceituosas de gênero, bem como de dominação que, infelizmente, ainda sustentam a governança de muitas universidades públicas do Brasil.