Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Educação e Diversidades (MPED)

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    Direitos humanos e educação antirracista em espaço de educação não formal: interrelações
    (2021-12-06) Oliveira, Jane Clezia Batista de Sá
    O presente trabalho de pesquisa tece relação entre duas áreas das Ciências Humanas, o Direito e a Educação, pela perspectiva da educação como direito fundamental, direito humano, e pela perspectiva da educação antirracista, compreendendo a educação como espaço de conquista de outros direitos humanos. Desse modo, considerando que o processo educacional não se limita a espaços escolares, e que outros espaços educativos compartilham o compromisso social e ético de produzir experiências que valorizam práticas solidárias, as quais atendem diferentes necessidades humanas, a educação antirracista funciona como um processo em que se constrói o conhecimento necessário para a transformação da realidade, no contexto da diversidade. Nesse diapasão, visando responder “como os espaços não formal, podem, por meio de práticas educativas embasadas nos princípios de direitos humanos, fomentar a educação antirracista?” bem como ampliar o debate acerca dos diretos humanos nesses espaços, o presente trabalho tem como objetivo geral compreender o papel de espaço de educação não formal na construção de práticas educativas voltadas para a educação antirracista. No tocante ao desenho metodológico, a abordagem é qualitativa, ancorada no paradigma decolonial, tendo como método a pesquisa investigação – ação –participante (com base no conceito de Fals Borda), se utilizando do dispositivo de pesquisa, intervenção e análise, o círculo virtual temático, inspirado nos Círculos de Cultura de Paulo Freire, no qual o diálogo horizontalizado é fundamental pois fundado na tensão dialética entre o conhecimento acadêmico e o conhecimento popular. Como dispositivo de construção de dados também teremos a análise documental. Como resultado da pesquisa construímos o presente Relatório de Pesquisa, no qual intervenções e contribuições do campo, as vivências, experiências e denúncias das participantes referentes a situações de racismo serviram de fortalecimento para fomentar o debate acerca de direitos humanos e educação antirracista. Ademais, a formação da pesquisadora e dos participantes da pesquisa restou evidenciado ao longo das intervenções no campo. A análise demonstrou a existência de racismo estrutural no lócus da pesquisa, bem como a necessidade diária de “aprender a desaprender, e aprender a reaprender”, como exercício diário e constante na luta pela educação antirracista. Com a pesquisa, construímos, a partir das experiências, registro e memória que informam estratégias, programas e pedagogias a serem compartilhados com outros atores sociais, chamando-os a sua responsabilidade social sobre as práticas de educação em direitos humanos e educação antirracista.
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    Fotografia, memória e educação: um diálogo entre as memórias despertadas pelas fotografias e a educação patrimonial
    (2022-03-30) Miranda, Vasti Sampaio de
    A pesquisa intitulada Fotografia, memória e educação: um diálogo entre as memórias despertadas pelas fotografias e a educação patrimonial tem como objetivo geral compreender de que forma as memórias estimuladas pela fotografia do patrimônio contribuem para a educação de jovens estudantes do Ensino Médio. Para tanto, apresentamos como objetivos específicos: descrever as experiências pelas quais as fotografias possibilitam o acesso às memórias e às informações sobre o patrimônio; identificar contribuições das memórias motivadas pelas fotografias da Educação Patrimonial e proporcionar o diálogo entre gerações a partir dos registros fotográficos e das memórias. Desse modo, elegemos a seguinte questão norteadora: de que forma as memórias despertadas pela fotografia contribuem para a Educação Patrimonial de jovens estudantes e favorecem o diálogo entre as gerações? Os principais referenciais teóricos foram centrados, principalmente, em: Halbwachs (2013), Bosi (1994), Pollak (1989), Nora (1993), na abordagem da categoria memória; Sontag (2004), Flusser (1985) e Kossoy (2001, 2002, 2005), no estudo sobre fotografia e, por fim, Horta, Grunberg e Monteiro (1999), Tolentino (2012), Florêncio (2019) e Scifoni (2017), no aporte do eixo educação patrimonial. Pautamo-nos nessa última categoria teórica, a fim de transcender a perspectiva tradicional, buscando uma educação de cunho dialógico, reflexivo e plurissignificativo, que considere a coletividade, o território, a diversidade cultural e os saberes de cada um. O percurso metodológico se baseia na abordagem qualitativa e se inspira no paradigma epistemológico fenomenológico, tendo como método a pesquisa-ação colaborativa. Para a construção dos dados, utilizamos os seguintes dispositivos: entrevistas semiestruturadas com o grupo de professoras e grupo focal com os estudantes; análise documental; fotografias dos patrimônios histórico e cultural da cidade de Jacobina, Bahia, e as narrativas tecidas nos encontros virtuais com o grupo de discussão. Como produto final, propomos a construção de um Museu Virtual. Os estudos e relatos comprovaram o quanto as fotografias condensam uma sucessão de dados, fatos e manifestações enriquecedoras para uma educação nos ambientes formal e informal.
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    O protagonismo das mulheres agricultoras no Piemonte Da Diamantina/BA: experiências dos quintais às cadernetas agroecológicas
    (2022-02-22) Lacerda, Tamara Rangel de
    Partindo da compreensão das desigualdades sociais de gênero, raça e classe refletidas na vida das mulheres, e de como o capital se apropria de seus trabalhos, a presente pesquisa participante se estruturou no paradigma materialista histórico-dialético e nas teorias feministas (SILIPRANDI, 2008; SILVA, 2020), trabalho teve como objetivo sistematizar o processo de construção, participação e fortalecimento das protagonistas – agricultoras e técnicas –, através da metodologia das Cadernetas Agroecológicas (CA) no território do Piemonte da Diamantina/BA. A metodologia político-pedagógica das CA’s foi desenvolvida por organizações feministas ligadas ao movimento agroecológico para visibilizar e valorizar os trabalhos das agricultoras, que não costumam ser considerados pela economia clássica, capitalista e patriarcal (TELLES, 2018; CARDOSO et al., 2020). Baseada na economia feminista, portanto, as CA’s tem demonstrado que as agricultoras, além de garantirem segurança e soberania alimentar das famílias, são as guardiãs da agrobiodiversidade e detém conhecimentos fundamentais para a reprodução dos agroecossistemas (JALIL et al., 2019). Olhando por esse viés, de que formas a metodologia político-pedagógica da CA contribuiu para alterar realidades na autonomia das mulheres agricultoras na região do Piemonte da Diamantina na Bahia? Para responder a essa questão, a pesquisa buscou aprofundar os conhecimentos acerca do feminismo e da agroecologia para superação das desigualdades; analisar a contribuição da metodologia das CA’s no assessoramento técnico da COOPESER no âmbito do projeto Pró-Semiárido; sistematizar como se expressam as narrativas das mulheres sobre as relações sociais de gênero e de trabalho no agroecossistema familiar. Foram discutidos os dados sistematizados das CA’s de 32 agricultoras durante um ano, seus mapas da sociobiodiversidade e questionários socioeconômicos, juntamente aos relatos e experiências registradas no diário de bordo, no grupo das agricultoras no whatsapp e nas rodas de conversas online com a equipe técnica. Foi possível identificar que as agricultoras se tornaram mais empoderadas sobre a gestão do agroecossistema e sobre si próprias, despertando maior autoestima e ampliando as participações políticas em seus territórios. Ao analisar o agroecossistema e a divisão sexual do trabalho, foi concluído que todas as agricultoras ocupam a maioria dos subsistemas que produzem renda, em comparação aos seus companheiros. Além disso, são elas que garantem a maior parte das atividades realizadas para a reprodução da vida, como o trabalho doméstico e de cuidados. Mesmo diante de alguns desafios com as anotações, proveniente da sobrecarga de trabalhos, as mulheres demonstraram que desenvolvem o saber-fazer agroecológico principalmente através de seus quintais, onde garantem o autoconsumo familiar, criam redes de solidariedade e se reconhecem enquanto agricultoras. Por outro lado, seu trabalho não se limita apenas ao quintal, sendo preciso garantir que exerçam autonomia em todos os espaços no agroecossistema, na família, nas organizações sociais e nas políticas públicas. A pesquisa também demonstrou como as CA’s beneficiam as agricultoras na abordagem de um assessoramento técnico pautado na pedagogia feminista. A equipe técnica da COOPESER relatou que o trabalho com a metodologia ampliou os olhares para aqueles espaços que sempre estiveram ocupados pelas agricultoras, mas que na dinâmica do ATER convencional ficavam invisibilizadas ou secundarizadas. Como produto de intervenção, etapa inerente ao mestrado profissional, foi proposto o Intercâmbio Feminista Agroecológico para que as agricultoras possam fortalecer sua auto-organização na luta contra as violências machistas e patriarcais nos territórios.
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    Visibilizar para somar: contribuições dadas à gestão para o reconhecimento da matripotência na vida escolar
    (2021-08-30) Rios, Lenizan Passos
    Esta pesquisa, de abordagem qualitativa e realizada sob a perspectiva do método participante, propôs um estudo investigativo acerca de como ocorre a relação entre a gestão e a família dos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental de uma escola pública da rede municipal em Jacobina – Bahia. Tal estudo fez-se necessário mediante a constatação da importância da escola e da família, tanto na construção do conhecimento escolar quanto como garantia do princípio da gestão democrática para autonomia escolar. Somado a isso, buscamos a compreensão de como a gestão escolar percebia esta relação, e, em contrapartida, a ótica dessas famílias acerca de sua participação na escola. Conduziu-se este estudo pela observância de que a participação da família na escola, do modo como vem ocorrendo, se dá, majoritariamente, pela participação da mulher neste processo. A ancestralidade reconhece o saber feminino como essência da vida, como fonte da própria vida. E, por este viés, procurou-se, também, analisar o processo histórico-sociocultural que perpetuou a divisão sexual do trabalho, e, em consequência disso, estabeleceu a ideia de que é à mulher que cabe, exclusivamente, as obrigações com os trabalhos do lar e a responsabilização pela educação dos filhos. Neste intento, diante de tantas atribuições destinadas à mulher-mãe, e estando ciente de que é ela quem está à frente deste processo de acompanhamento escolar, ainda que de maneira (e porque é) considerada insuficiente, objetivou-se investigar como a equipe gestora de uma escola municipal de Jacobina poderia contribuir para o processo de reconhecimento e a valorização da mulher-mãe na vida escolar dos educandos. Como resultado deste estudo, realizamos a rede de escuta e apoio, espaço para o diálogo genuíno entre gestoras e mães, a fim de que constitua, a partir desta ação inicial, um espaço consolidado para esta parceria.
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    Práticas docentes e diversidade na Escola Rural Quilombola de Lage dos Negros - Campo Formoso – BA
    (2017-08-01) Oliveira, Maria das Dores Brandão de
    O presente trabalho apresenta a pesquisa desenvolvida na escola Quilombola de Lage dos Negros, distrito de Campo Formoso- BA. Esta pesquisa teve como tema: Práticas Docentes e Diversidade na Escola Rural Quilombola de Lage dos Negros, Campo Formoso – BA. Esta ação se desencadeou das discussões em sala de aula com os alunos do Instituto de Educação Manancial Quilombola de Lage, onde atuo como professora do Curso de Pedagogia. O projeto desta pesquisa se firmou junto às orientações e apoio dos professores do Programa de Pós Graduação da Universidade do Estado da Bahia - PPED e Mestrado em Educação e Diversidade-MPED. Esta pesquisa teve como objetivo geral: Conhecer as práticas docentes dos professores que atuam na Escola Quilombola de Lage dos Negros, Campo Formoso –BA, observando se estas ações consideram a pluralidade cultural da comunidadequilombola de Lage, tal como definido pela Lei 11645/08. Em suas especificidadesbuscou: a)Diagnosticar nos documentos oficiais da Escola, a presença ou não, dasculturas e manifestações culturais da comunidade de Lage dos Negros, com o intuitode descobrir se as práticas se coadunam com as informações trazidas nosdocumentos; b)Descobrir como se dão as práticas dos professores que lecionam naEscola Quilombola de Lage dos Negros; c) Oportunizar a articulação entre osdocentes da Escola Rural Quilombola de Lage, para a realização de uma TertúliaDialógica Cultural, com a finalidade de fazer um levantamento das demandas deformação dos professores da escola, sobre a história e cultura Afro-brasileira emLage; d) Potencializar as Tertúlias Dialógicas Culturais na Escola Quilombola a partirdas demandas de formação com a intenção de que seja possível futuramente, aconstrução coletiva de um acervo histórico1 cultural do lugar, para ser usado pelosprofessores da escola e amplamente divulgado na comunidade. A metodologia sefirmou numa pesquisa participante com abordagem de análise do conteúdo,trazendo como dispositivos de pesquisa: observação, entrevista semiestruturada,exame de documentos e diário de bordo, assim como a proposta de trabalhocoletivo: oficina preparatória e a 1ª Tertúlia Dialógica Cultural, como meio dealcançar os objetivos esperados. A fundamentação teórica está amparada emcontribuições significativas de especialistas na área temática, que desenvolveram oudesenvolvem grandes estudos e pesquisas na área da educação, transitando pelocontexto da diversidade, cultura, identidade, práticas docentes e educaçãoquilombola. A Tertúlia veio com a introdução de uma oficina preparatória e seconcretizou com um grande encontro dialógico com educadores, representantes dacomunidade e presidentes das associações.