Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu ( Mestrado Profissional) em Saúde Coletiva (MEPISCO)

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    Acessibilidade ao núcleo de apoio e atendimento ao trabalhador durante a pandemia de COVID-19
    (Universidade do Estado da Bahia, 2023-06-02) Mendonça , Ticiane Teixeira de; Barros, Sandra Garrido de; Souza, Marcio Costa de; Cruz, Denise Nogueira; Oliveira, Alcione Brasileiro; Cangussu, Maria Cristina Teixeira
    A pandemia de COVID-19 e a exposição ocupacional dos profissionais de saúde no seu enfrentamento trouxeram a necessidade de repensar as questões relacionadas à saúde do trabalhador. Neste sentido, esta pesquisa avaliou a acessibilidade ao Núcleo de Apoio e Atendimento ao Trabalhador (NAAT), identificando as características do serviço que facilitaram ou dificultaram a utilização por profissionais de saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Salvador. Foram identificadas também as principais condições de saúde, física e mental, dos trabalhadores.Trata-se de um estudo transversal exploratório e descritivo, de abordagem quantitativa desenvolvido com 341 profissionais de saúde, do município de Salvador. A coleta de dados ocorreu através de formulário eletrônico, disponibilizado entre os trabalhadores de toda rede municipal, sendo empregado o teste do qui quadrado de Pearson para verificar associação entre utilização do NAAT com variáveis socioocupacionais, de condições de saúde e de conhecimento do serviço. Os resultados encontrados demonstraram que 54,8% dos trabalhadores da população estudada tiveram acesso aos serviços do NAAT. Dentre as variáveis associadas à maior utilização deste serviço ressalta-se o local de trabalho, tipo de vínculo, jornada de trabalho, diagnóstico de COVID-19 confirmado, condição de saúde mental e tipo de comunicação para conhecimento do serviço. A barreira socio-organizacional apareceu como principal dificultador do acesso ao NAAT, sendo a barreira de informação a dimensão mais evidenciada entre os trabalhadores. Estes achados apontam para a importância de adequar os recursos às necessidades dos profissionais, de modo a potencializar a entrada do trabalhador no caminho do cuidado. Neste sentido, a pesquisa pode subsidiar a construção de um cuidado efetivo e integral, na gestão do Sistema Único de Saúde, no município de Salvador
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    Atenção à saúde bucal e COVID- 19: conhecimentos, percepções e práticas dos cirurgiões-dentistas e respostas institucionais
    (Universidade do Estado da Bahia, 2022-10-19) Costa, Edlair Maria Cunha Barbosa; Rossi, Thaís Régis Aranha; Santos, Carla Maria Lima; Barros, Sandra Guarrido de; Lucena, Edson Hilan Gomes de
    Este trabalho está apresentado sob a forma de dois artigos. O primeiro estudo teve como objetivo analisar as percepções, saberes e práticas de saúde bucal de cirurgiões-dentistas. Já o segundo analisou as respostas adotadas pela Itália, Estados Unidos e Brasil, frente ao retorno das atividades durante a pandemia pela COVID-19. As metodologias utilizadas foram uma revisão sistemática que buscou as percepções e práticas dos cirurgiões-dentistas e uma análise documental sobre a resposta desses países a partir das diretrizes, protocolos, regulamentações e demais documentos oficiais produzidos. Como principais resultados da revisão, a maioria dos estudos mostraram conhecimentos pertinentes relativos à pandemia, embora 07 países tenham referido necessidade de treinamento. O atendimento de urgências foi identificado em 12 artigos, dentistas de 09 países mencionaram sintomas psicológicos, em 07 países observou-se o uso da tecnologia e em outros 07 questionou-se apoio financeiro ou mostrou-se preocupação com o futuro da profissão. Dentre as principais respostas institucionais observou-se que os três países sugeriram a adoção de novos protocolos de segurança e a suspensão dos atendimentos odontológicos eletivos em diferentes cenários epidemiológicos. A teleodontologia foi proposta nos documentos institucionais dos três países, que também buscaram reconhecer a atenção à saúde bucal como cuidado de saúde essencial. O sistema universal de saúde do Brasil direcionou as equipes da rede pública para ações de enfrentamento à COVID-19, enquanto nos Estados Unidos políticas de apoio para participação de dentistas em emergências de saúde pública foram divulgadas e na Itália não foram encontrados documentos relativos à participação de dentistas em outras funções durante a pandemia. Concluiu-se que apesar das diretrizes e protocolos publicados, as práticas de saúde, percepções e saberes identificados envolveram uma complexidade de subjetividades vinculadas a diferentes sistemas de saúde, relações sociais e atividades econômicas enquanto que a adoção de tecnologias como a teletriagem e a teleconsulta podem representar uma mudança de paradigma e se firmarem enquanto procedimentos de rotina. Para o primeiro ano de pandemia, não foram localizados protocolos de órgãos dos governos, dos três países, com diretrizes especificas, abrangentes e oportunas. As diretrizes publicadas para a retomada do atendimento odontológico eletivo mostraram semelhanças nas recomendações de biossegurança e uso de EPIs no âmbito da assistência odontológica individual, principalmente, para consultórios privados. Por fim, este estudo ratificou que a pandemia impulsionou a teleodontologia como alternativa de cuidado e colocou em evidencia a necessidade de mais investimentos públicos na ampliação do acesso à atenção à saúde bucal.
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    Itinerários terapêuticos de crianças e adolescentes com doença falciforme no interior da Bahia
    (Universidade do Estado da Bahia, 2022-12-27) Oliveira, Suzana Bittencourt de; Pereira, Ana Paula Chancharulo de Morais; Carvalho, Evanilda Souza de Santana; Cordeiro, Rosa Candida; Rossi, Thais Regis Aranha
    A doença falciforme causa um impacto significativo na vida dos portadores, bem como de suas famílias, sobretudo no que se refere a crianças e adolescentes, pois por ser considerada uma condição crônica permanente, exige cuidados por toda a vida, que comumente são realizados na esfera familiar. A família inicia a mobilização na busca por cuidados a partir do momento que compreende o diagnóstico da doença e as suas implicações, quando se depara com diferentes práticas em saúde e sistemas de cuidado, onde são desenhadas múltiplas trajetórias. O presente estudo teve como objetivo: analisar os itinerários terapêuticos de famílias de crianças e adolescentes com doença falciforme, considerando as repercussões da doença em suas vidas. Trata-se de estudo exploratório de abordagem qualitativa que utilizou a Teoria dos Sistemas de Cuidado de Kleinman e o conceito de itinerário terapêutico como aporte teórico e como método, o estudo de caso. A amostra foi composta por quatro mães de crianças e adolescentes com doença falciforme residentes no município de São Gonçalo dos Campos – Bahia. Os dados foram coletados com a utilização de duas técnicas projetivas, o teste associação livre de palavras e o desenho estória com tema, e uma técnica discursiva, a entrevista em profundidade, além da aplicação de um questionário de perfil socioeconômico e demográfico e da construção de um diário de campo. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo temática, o que possibilitou a identificação de duas categorias temáticas: a descoberta da doença e a busca pelo cuidado. Os resultados revelaram que o diagnóstico da doença falciforme traz um misto de sentimentos para a família, que precisa se reorganizar para lidar com as necessidades do filho adoecido e que nesse cenário as mães são as principais cuidadoras. Seus itinerários terapêuticos são construídos a partir das concepções das mães acerca do processo de adoecimento dos seus filhos e da interligação entre os três subsistemas de cuidado, apesar de o subsistema formal de saúde assumir posição central. Considera-se que compreender a subjetividade que envolve a condição crônica da doença falciforme e como tal condição interfere na dinâmica familiar é ação necessária na promoção de um cuidado humanizado e centrado nas necessidades do usuário/família. Por outro lado, demanda do profissional e equipe a utilização de outros saberes para além da clínica médica.
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    Estudo sobre os fatores associados a sífilis congênita na América Latina e no Estado da Bahia, Brasil
    (Universidade do Estado da Bahia, 2023-03-03) Almeida, Lidiany Menezes Barbosa; Figueiredo, Maria Aparecida Araújo; Santos, Marcos Pereira; Andrade, Alcina Marta de Souza
    Introdução: A sífilis congênita (SC) é causada pela infecção materna com o Treponema pallidum, transmitido para o feto por via placentária, ou durante o parto, se a gestante não for tratada adequadamente. Apesar de ser uma doença com medidas de prevenção, diagnóstico e tratamento disponíveis no Sistema Único de Saúde, e da elevada cobertura da assistência pré-natal na Atenção Primária em Saúde (APS), somente em 2019, foram notificados no Brasil 24.130 casos e 173 óbitos da doença que correspondem, respectivamente a 8,2 casos/1.000 nascidos vivos e 5,9 óbitos/100.000 nascidos vivos. Diante de tal magnitude, estudos que aprofundem o conhecimento sobre a permanência desse agravo em nosso meio são importantes, uma vez que podem contribuir para fortalecer as ações para o controle desse agravo. Nessa direção, dois estudos e um produto técnico foram elaborados para compor esta Dissertação. Objetivos: Artigo 1) Identificar os fatores associados a ocorrência da SC na América Latina, entre os anos de 2011 e 2022; Artigo 2) analisar os fatores associados a mortalidade fetal e infantil por sífilis congênita no Estado da Bahia, no período de 2011 a 2020; 3) Produto Técnico: elaborar uma cartilha sobre vigilância do óbito infantil e fetal voltada para profissionais de saúde, a fim de qualificar as investigações. Metodologia: Realizou-se uma Revisão Sistemática (RS) guiada pelo PRISMA, com os critérios de elegibilidade baseados no PECOS, sendo incluídos estudos observacionais indexados nas bases de dados MEDLINE; LILACS; SCOPUS e publicadas entre 1 de Janeiro de 2011 e 30 de Junho de 2022, que demonstrassem medidas de associação (OR ou RR ou RP). No segundo artigo foi desenvolvido um estudo transversal, sobre óbitos por SC em municípios baianos, no período de 2011 a 2020, a partir do linkage não-determinístico dos bancos de dados Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Foi realizada distribuição percentual das variáveis consideradas independentes (características sociodemográficas e de acesso ao pré-natal das mães dos conceptos que foram a óbito por SC) e da variável desfecho (óbito infantil/óbito fetal), seguida da análise da associação bruta (p ≤ 0,20). Na análise multivariada obteve-se a medida de associação ajustada, utilizando a técnica backward e considerando p ≤ 0,05 como nível de significância estatística. A construção do Produto Técnico foi baseada nos principais erros de preenchimento, ou ausência de informações, das fichas de investigação do óbito infantil recebidas no Comitê de Investigação do Óbito Fetal e Infantil do Núcleo Regional de Irecê. A partir deste diagnóstico, de maneira didática e ilustrada, a autora demonstrou-se como preencher a ficha de investigação, destacando os pontos considerados mais críticos, a fim de popularizar esse instrumento de investigação entre os profissionais de saúde que atuam na vigilância do óbito. Os estudos aqui produzidos fazem parte de um projeto maior intitulado “Sífilis em mulheres em idade fértil e sífilis congênita na Atenção Primária em municípios baianos” aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNEB, parecer No 4.324.340 em 07/10/2020. Resultados: A RS demonstrou que, na América Latina, no período de 2011 a 2022, os estudos publicados apontaram que a ocorrência da SC está associada a um perfil de mulheres socialmente mais vulnerável (pretas, jovens, com baixa escolaridade). Quando observado os fatores associados ao óbito infantil/óbito fetal causado por SC no estado da Bahia, observou-se resultado semelhante ao da América Latina, uma vez a chance de óbito em período fetal foi maior entre gestantes mais jovens (OR 12,98) e com baixa escolaridade (OR 3,39). Por outro lado, ter realizado sete ou mais consultas pré-natal reduziu a chance de ocorrência desse desfecho (OR 0,40). Conclusão: O impacto da sífilis congênita é maior em filhos de mulheres socialmente mais vulneráveis. Espera-se que resultados encontrados possam contribuir para a pauta de discussão de políticas públicas embasadas nas condições que potencializam a ocorrência de casos e óbitos fetais por sífilis congênita. Considera-se imprescindível que haja forte intervenção governamental nas condições de vida dos grupos populacionais apontados, a fim de viabilizar o controle e a eliminação da sífilis em países da América Latina. Por fim destaca-se que a elaboração do produto técnico se apresenta como uma colaboração para a qualificação dos dados e informações produzidas nos serviços de saúde, contribuindo para a redução da mortalidade infantil em níveis locais.
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    Conhecimento, aceitabilidade e disposição de indicação de autoteste de HIV por profissionais de saúde de serviços de atenção especializada em HIV no Estado da Bahia
    (2021-10-04) Gomes, Tiago Jordão de Freitas Pinheiro
    Estima-se que cerca de 11% das pessoas que vivem com HIV (PVHIV) no Brasil ainda não conhecem sua sorologia. A inclusão do autoteste para HIV (ATHIV) no SUS foi um esforço recente no sentido de aumentar o diagnóstico precoce. Desse modo, os profissionais de saúde são fundamentais em promover o uso do ATHIV nos serviços de atenção especializada (SAE) em HIV/AIDS. Assim, este estudo investigou o conhecimento, a aceitabilidade e a disposição de indicação do ATHIV entre profissionais de saúde em um estado do nordeste brasileiro. Trata-se de estudo transversal, realizado com profissionais de saúde de vinte e cinco SAE em HIV/AIDS e outras IST (SAE) em vinte e uma cidades do estado da Bahia. As unidades foram selecionadas após uma amostragem por conglomerado de uma etapa e os profissionais de saúde foram selecionados por meio de amostragem de conveniência. Dados sociodemográficos, ocupacionais e de motivação foram coletados via aplicação de questionário estruturado. Foram feitas análises descritiva, bivariada e multivariada. Foram entrevistados duzentos e cinquenta e dois profissionais de saúde. A maioria eram mulheres (78,2%), com idade entre 35 e 50 anos (54,4%) e nível superior completo (84,5%). A maioria compunha a equipe de enfermagem: com nível superior (25,8%) e técnicos (11,9%); seguidos de farmacêuticos (12,3%) e médicos (11,9%). O conhecimento, a aceitabilidade e a disposição de indicação do ATHIV foram, respectivamente, 79,8% (I.C. 95%: 74,30- 84,30), 55,2% (I.C. 95%: 48,92-61,23) e 47,1% (I.C. 95%: 40.90-53,45). Os fatores associados com a disposição de indicação foram: aceitabilidade (OR= 9,45; IC95%: 4,53- 19,71), disposição de usar o ATHIV em si (OR= 4,45; IC95%: 1,62-12,24), segurança em indicar o ATHIV (Seguro/Muito seguro: OR= 5,73; IC95%: 2,26-12,72) e considerar o público geral como elegível para receber o ATHIV (OR= 2,88; IC95%: 1,25-6,59). Embora o conhecimento sobre o ATHIV tenha sido alto, a aceitabilidade e a disposição de indicação foram moderadas. As chances de disposição de indicação foram maiores entre os profissionais que aceitam o ATHIV, que se declararam dispostos a usar em si, que se disseram seguros ou muito seguros em indicar o ATHIV e entre aqueles que concordaram com a distribuição do ATHIV para o público geral. Assim, esse estudo indica o investimento em capacitações relativas ao ATHIV juntos aos profissionais de saúde no Brasil, propõe o uso de um instrumento de orientação para profissionais de saúde envolvidos na estratégia de autotestagem e indica a organização de Oficinas Pedagógicas para qualificação dos profissionais envolvidos na testagem rápida no estado da Bahia.