A fome é a questão central desta pesquisa. O fato dela se constituir num problema que afeta 60 milhões de brasileiros, indica estado crítico de insegurança alimentar. No Oeste da Bahia, o avanço do agronegócio culminou no êxodo rural, elevado crescimento urbano e crescimento das populações empobrecidas. Assim, Barreiras se configura como área produtora de riqueza e de pobreza simultaneamente. Como problema central desta pesquisa questiona-se, em que medida a população pobre de Barreiras é submetida à condição da fome? Definiu-se como objetivo principal a problematização da fome no município e como específicos: identificar a fome entre o público de estudantes das escolas de ensino fundamental, relacionar a fome com os dados dos CRAS e com dados oficiais de Barreiras, segundo o Ministério da Cidadania; denunciar a fome como um problema social do município. Realizou-se esta investigação com estudo bibliográfico, tendo Josué de Castro (1960) como referente principal. Apresentou-se questionário fechado para as diretoras escolares e para as equipes de referência da Política Municipal da Assistência Social e entrevista semiestruturada à Presidência da Associação dos Catadores do Lixão. A fome se configura na intensa privação de alimentos, não é um fenômeno natural, é um fenômeno econômico e político. Dos 73.098 barreirenses cadastrados no CadÚnico até maio de 2022, mais da metade (51%) são pessoas cujas famílias estão em situação de extrema pobreza. A fome está presente em Barreiras afetando 37.299 pessoas do município.