Círculos de Cultura na Educação de Jovens e Adultos: Ambiente, Agrotóxicos e Saúde com Trabalhadores da Agricultura, Assentados da Fazenda Palestina, Cravolândia-BA

Resumo

Esta pesquisa representa um estudo desenvolvido em uma comunidade rural no município de Cravolândia-BA, em uma associação de trabalhadores do campo, considerando um total de vinte colaboradores. Esses trabalhadores têm seu sustento na base da agricultura familiar, hoje são assentados por meio dos processos de Reforma Agrária. Consideramos como base dessa reflexão a baixa escolaridade desses cidadãos, homens e mulheres, alguns já com idades avançadas, sem conhecimento das principais informações contidas em rótulos de produtos tóxicos, e mesmo assim utilizando-os constantemente na pulverização de suas lavouras. Esta situação gera riscos ambientais de contaminação da água, das plantas, dos animais, do homem, dos alimentos e das diferentes formas de vida presentes nessa localidade. Assim, temos como objetivo principal colaborar com informações junto a um grupo de trabalhadores rurais com características comuns ao homem do campo, membros da Associação dos Trabalhadores da Agricultura de Cravolândia, todos residentes na Fazenda Palestina, zona rural do município, na observância das práticas de utilização de agrotóxicos e os conhecimentos quanto ao uso e segurança para a saúde humana, propondo, posteriormente, de modo colaborativo, ações e informação junto a esses trabalhadores do campo. A metodologia utilizada foi qualitativa, pesquisa-ação, entrevistas, círculos de cultura e diário de campo, para registro das principais informações e aquelas mais subjetivas, a serem percebidas pelo pesquisador. Descrevemos a pesquisa em três capítulos teóricos considerando um variado referencial: ARROYO (2005/ 2006/ 2011), BARBIER (2002), Dossiê ABRASCO (2012, 2015), BRASIL (2010/ 2011/ 2011/ 2016/ 2017), DI PIERRO (2009), FREIRE (1979/ 2000/ 2006 ), GOHN (2005/ 2006/ 2007/ 2013), HADDAD (2007), MATOS e SOUZA (2017), MINAYO (2011), SOUZA e MATOS (2019), THIOLLENT (1984/ 2017), os quais abordam os movimentos sociais e educação não formal, jovens e adultos não escolarizados, o ensino em Educação de Jovens e Adultos – EJA, conhecimentos ambientais significativos, em torno da educação ambiental para uma visão menos ingênua do homem do campo no contexto atual, agrotóxicos e meio ambiente, a legislação de que trata sobre o tema, caminhos da contaminação e outros. Os Resultados nos mostram a necessidade desse modelo de pesquisas em comunidade, os dados revelaram a incidência de analfabetismo na comunidade e a sua relação perigosa com uso de agrotóxicos nas práticas agrícolas desenvolvidas diariamente. Concluímos que a pesquisa permitiu o dialogar e a construção de espaços formativos com os trabalhadores, por meio dos círculos de cultura, a relação de descuido ambiental vai além de questões culturais, e estão fortemente atreladas a questões econômicas e individuais. A formação da consciência ambiental pode ser atrelada aos valores que a comunidade atribui ao ambiente. As oficinas desenvolvidas permitiram aos trabalhadores compreenderem que o desenvolvimento não se dá somente de maneira linear. Não se pode pensar na ideia de lucro associada ao descuido com as questões ambientais e de saúde na localidade.


Descrição
Palavras-chave
Movimento Social e Educação não Formal, Círculos de Cultura e Educação Ambiental, Uso de Agrotóxicos e a Saúde do Trabalhador, Insegurança Alimentar
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