Nos últimos anos nos deparamos com um avanço muito significativo das tecnologias digitais, exercendo uma forte influência no cotidiano do homem moderno, principalmente através de aplicativos móveis, a ponto de transformar as formas de relacionamento. A praticidade de uso desses aplicativos é tamanha, que hoje se podem pagar contas, fazer compras e mais uma infinidade de tarefas, sem a necessidade de sair de casa. Contudo, é notório que, aliada a toda essa praticidade tecnológica, temos a presença da Matemática, cujos conhecimentos necessitam ser integrados ao contexto social, cultural e de trabalho dos indivíduos, na perspectiva de instrumentalizar para as exigências da informação e tecnologia. Nesse sentido, o objetivo deste estudo, articulado com os propósitos da Educação Matemática, é investigar as contribuições da utilização de aplicativos móveis na resolução de problemas vivenciados pelos discentes por meio do ensino de Matemática na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Dessa forma, a investigação foi norteada pelo problema onde se propõe a busca de resposta para a questão: Como a utilização de aplicativos móveis pode contribuir com o ensino de Matemática, através da resolução de problemas vivenciados pelos sujeitos na Educação de Jovens e Adultos? Onde os objetivos específicos se articulam em: demonstrar a abordagem pela utilização de aplicativos móveis, na resolução de problemas vivenciados pelos discentes, no ensino da Matemática; ilustrar possíveis aplicativos que podem ser trabalhados em aulas de Matemática; e propor uma prática pedagógica, por meio de atividades, com a utilização de aplicativos móveis no ensino da Matemática, numa turma na EJA, Eixo VII, num Colégio de Ensino Médio, em Feira de Santana, no Estado da Bahia. Desta forma, para atender à composição da trajetória metodológica, este estudo se articula por meio da abordagem qualitativa, com objetivo exploratório, e a pesquisa-ação como técnica de investigação. Sob tais perspectivas, os pressupostos teóricos se estruturam a partir de Amorim (2012), Arroyo (1998, 2017, 2019), Freire (1984, 1992, 2000, 2007, 2009, 2013, 2016, 2017, 2018), Fonseca (2012), dentre outros na categoria da Educação de Jovens e Adultos; para a categoria da Educação Matemática, fundamentamo-nos em Barbosa (2007, 2018), Bassanezi (2015, 2018), D’Ambrosio (1996, 2000, 2007, 2016, 2018), Fonseca (2012), Kilpratrick (1996), Skovsmose (2000, 2001, 2011), Smole, Diniz e Milani (2007), dentre outros; para a Resolução de Problemas na Educação Matemática, baseamo-nos em Dante (2005, 2007), Smole e Diniz (2001), Onuchic e Allevato (2011), Polya (1978, 1997, 2006), Pozo (1998), dentre outros; e na categoria da Tecnologia de Informação e Comunicação, Kenski (2018), Lévy (1993, 2000), Marinate (2015), Moran (2006, 2007), Moura (2011), Pescador (2010), Pinheiro (2011), Torres (2009), Valente (1999), entre outros. Assim, o estudo revelou, dentre outras questões, que a utilização de aplicativos móveis na resolução de problemas do cotidiano, vivenciados pelos sujeitos da EJA, despertou interesse, curiosidade, criatividade e criticidade, por proporcionar espaços de construção dialogados e interações sobre as temáticas significativas, demonstradas pelas falas e envolvimento, onde a capacidade de resolução dos problemas, aliada às tecnologias digitais, possibilitou uma aprendizagem significativa.