A neurociência na pesquisa da prática docente: intervenções nas aprendizagens dos estudantes

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2016-07-27
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Resumo

Este estudo realizado na cidade de Remanso – BA toma a formação continuada docente como objeto de investigação, haja vista que é preciso trazer para o campo pedagógico as inovações e conclusões das ciências. Neste trabalho, tomamos como fonte de inspiração o conjunto de ações desenvolvidas pelo projeto Escrita para Todos. A abordagem teórica está ancorada nas contribuições da neurociência, numa dimensão para além dos aspectos biologizantes, haja vista que nos processos de aprendizagem aportam aspectos biológicos, cognitivos, psicológicos, culturais e subjetivos complexos. Os principais autores utilizados para subsidiar a investigação foram: Barbante, Amaro e Da Costa (2011), Capovilla, A.G. S e Capovilla, F.C. (2000), Elvira Souza Lima (2013), Erick Kandel (2014), Ivan Iziquierdo (2011), Leonor Bezerra Guerra (2011), Leonor Scliar Cabral (2003), McGuinness (2006), Morais, Kolinsky e Grimm-Cabral (2004), Perfetti, Landi e Oakhill (2013), Ramon M Consenza (2011), Robert J. Stenberg (2010), Roberto Lenter (2010), Rodrigues e Tomitch (2004), Snowling e Hulme (2013), Stanislas Dehaene (2012), Suzana Herculano Hozel (2007). A pesquisa teve como objetivo central investigar as contribuições da neurociência para o planejamento de intervenções docente em classes de alunos do 3º ano em defasagem idade/série. A metodologia adotada foi a pesquisa ação colaborativa, vinculada a critérios de escolha e interpretação numa perspectiva qualitativa, inspirada na reflexão hermenêutica como paradigma epistemológico. Como subsídio na construção da metodologia escolhida utilizamos os autores/autoras: Bardin (1977), Brandão (2003), Ferreira e Moura (2005), Gil (2010), Ghedin e Franco (2011), Guerra (2006) e Moreira e Caleffe (2008). Como instrumentos de construção dos dados, utilizamos questionário estruturado com aplicação mediada, entrevista semiestruturada, encontros periódicos com os sujeitos da pesquisa. Considerando a abordagem metodológica, foi elaborado e desenvolvido coletivamente o Plano de Formação intitulado Diálogos formativos. Utilizamos, ainda, como dispositivos da pesquisa, atividades de acompanhamento de aprendizagens de leitura e de intervenções aplicadas aos estudantes do 3º ano do ensino fundamental I, nas séries iniciais. Como resultado da pesquisa organizamos a Proposta de Formação Continuada para o município lócus da pesquisa, a qual tem o objetivo de subsidiar a organização do trabalho pedagógico num contexto neurocientífico. Os resultados obtidos apontaram que o estudo da neurociência elevou o indicador das percepções e expectativas das docentes colaboradoras quanto às aprendizagens dos estudantes e quanto ao ensino de leitura. Constatamos também, que o professor tomando posse de conteúdos neurocientíficos pode atuar mais efetivamente no processo de ensino e de aprendizagem e que ao compreender como o cérebro da criança se organiza para aprender, as professoras planejaram intervenções considerando o processo de aquisição da leitura de cada criança. Outros achados da pesquisa apontaram avanços diferenciados nos processos de leitura conforme o grau e nível de intervenções realizadas e os respectivos acompanhamentos dos estudantes. Didática, pedagogia, estudo neurocientífico e conhecimento da base linguística da língua portuguesa constituem o centro da problemática da não aprendizagem das crianças no processo de alfabetização. Sendo assim, esses elementos devem compor o conjunto de princípios a serem investigados na formação docente. Entretanto, estudar apenas conteúdos neurocientíficos da aprendizagem sem um conhecimento do princípio do sistema alfabético do português não dá condição de uma mudança de concepção de ensino e planejamento.


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Palavras-chave
Formação Docente, Neurociência e Formação de professor, Aprendizagem, Reprovação Escolar
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