Fenologia e polinização em áreas urbanas: Um estudo sobre Tabebuia rosea (BERTOL) BERTERO EX A. DC. (Bignoniaceae) no município de Barreiras, Bahia, Brasil.
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Tabebuia rosea (BERTOL.) BERTERO EX A.DC. é uma árvore exótica da família Bignoniaceae originária de El Salvador que é amplamente utilizada na arborização urbana pela beleza das flores cor de rosa que são um atrativo para diversos polinizadores. Contudo, estudos relacionados a ecologia da polinização da espécie são praticamente escassos. Diante disso, o objetivo desse estudo foi investigar o período de floração, a biologia floral, o sistema reprodutivo e os visitantes florais de T. rosea inseridas em uma área urbana do município de Barreiras-BA. O estudo foi realizado nos jardins da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Campus IX, no período de maio de 2022 a setembro de 2023. Para o estudo fenológico foram analisadas as fenofases de floração e frutificação em seis indivíduos quinzenalmente. A biologia floral foi observada através da receptividade estigmática e da viabilidade polínica. O sistema reprodutivo foi analisado através de tratamentos de polinização aberta, polinização cruzada manual, autopolinização espontânea e autopolinização manual, além da verificação da eficácia reprodutiva e da limitação polínica. Os visitantes florais foram observados durante 50 horas diurnas das 07:00 às 17:00 horas e classificados de acordo o comportamento da visita em legítimos e ilegítimos, além das sub classificações de ocasional, predador e visitante. Tabebuia rosea é uma planta anual, de alta sincronia e de floração breve sincronizadas com a estação seca florescendo nos meses de julho a setembro. A frutificação ocorre de agosto a setembro, também sincronizada com a estação seca, tendo os frutos amadurecidos na estação chuvosa. Na biologia floral a abertura das flores ocorre das 7:00 h às 16:00 h, já com o estigma receptivo e alta viabilidade polínica 95,70%. Já o sistema reprodutivo aponta a espécie como auto incompatível, visto que nos tratamentos de autopolinização cruzada manual e espontânea não apresentou frutos, enquanto nos tratamentos de polinização cruzada apresentou 10,65% da produção de frutos e apenas 3,89% de frutos na polinização aberta. Os visitantes em sua grande maioria são abelhas da família Apidae, com destaque para a abelhas do gênero Centris, além disso tem pilhadores como abelhas do gênero Trigona e aves, e ainda predadores como pássaros. Finalmente, Tabebuia rosea é uma planta exótica e auto incompatível que na área estudada já está servindo como recurso para a fauna local, mas a transferência de pólen feita por eles tem resultado numa baixa formação de frutos. Mesmo ainda não produzindo frutos em seu máximo potencial, acreditamos que por T. rosea tratar-se de uma espécie introduzida possa representar uma ameaça a outras Bignoniaceae nativas. Ainda, estudos sobre a biologia floral e reprodutiva de mais espécies exóticas como T. rosea são necessários, a fim de averiguar as respostas destas espécies aos novos ambientes e entender melhor como elas podem afetar as espécies nativas.