Gestão democrática em escolas públicas municipais rurais: possibilidades e perspectivas
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Resumo
A gestão democrática em escolas rurais apresenta-se como uma possibilidade de construção de uma educação de qualidade, ofertada a um público que tem particularidades definidas pelas carências comuns à educação brasileira, associadas às dificuldades inerentes às suas características de localização e público-alvo. Somado a isso, a pandemia do novo Coronavírus, causador da COVID-19, impõe limitações e restrições às atividades escolares, aumentando, dessa forma, o abismo educacional entre os estudantes nas diversas esferas. Nesse contexto, e em associação aos demais desafios enfrentados pela escola pública, emerge a seguinte pergunta de pesquisa: como as equipes gestoras do ensino fundamental do município de Caém, Bahia, vivenciam o princípio da gestão democrática nos espaços escolares? Visando responder à questão, foram elaborados os seguintes objetivos: geral – analisar como a equipe gestora e a comunidade escolar percebem a gestão escolar; e específicos – identificar junto à equipe gestora e comunidade escolar as fragilidades e potencialidades relacionadas à gestão escolar; construir, com as equipes gestoras das escolas pesquisadas, uma proposta de intervenção que possa auxiliar nos procedimentos da gestão escolar e no retorno às atividades presenciais de forma segura para todos os envolvidos. A metodologia que orientou a presente proposta de investigação foi a pesquisa participante, subsidiada por uma abordagem do tipo qualitativa. Para tanto, entrevistas presenciais, entrevistas por videoconferências e questionários foram realizados para coleta das informações necessárias, bem como para a construção do protocolo à luz da gestão democrática, que servirá como uma proposta orientadora a ser utilizada quando do retorno às aulas, entendendo-a como um instrumento que pode minimizar os riscos de contágio em todos os envolvidos no processo educacional das unidades escolares pesquisadas. A proposta do caminho investigativo envolveu cinco etapas: fase exploratória, fase colaborativa, fase de análise e interpretação dos dados, fase da elaboração do produto da pesquisa, elaboração do texto final da dissertação. Como produto desta pesquisa, foi elaborado um protocolo que servirá como uma proposta orientadora a ser utilizada quando do retorno às aulas, entendendo-a como um instrumento que pode minimizar os riscos de contágio em todos os envolvidos no processo educacional das unidades escolares pesquisadas. Estas são as principais categorias teóricas a subsidiar esta investigação: gestão escolar em escolas rurais – perspectiva e realidade, gestão escolar democrática, equipe gestora e organização do ambiente escolar, discutidas à luz, principalmente, das considerações de Libâneo (2004), Libâneo, Oliveira e Toschi (2012), Lück (2011; 2013), Paro (2010), Aguiar (2008; 2009), Capra (1993) e Morin (1985). Além desses, Santos (2015), Bastos (2005) e Luckesi (2011) também dão suporte à escrita. A partir da revisão da literatura e da discussão dos dados, considerou-se que a ação da equipe gestora dentro da unidade escolar representa fator fundamental para valorização da efetiva participação da comunidade, valorizando e trabalhando os vários aspectos do ser humano presentes na escola. Nessa perspectiva, a gestão escolar participativa é uma gestão em que todos participam ativamente, contribuindo de forma direta para que a unidade escolar obtenha sucesso por meio dos resultados dos seus estudantes. Portanto, a educação rural deve estar pautada nos princípios da descentralização, autonomia e participação, de modo a favorecer a obtenção dos conhecimentos e as culturas locais, valorizando as tradições e aproveitando o conhecimento da comunidade local. No contexto educacional, a construção de modelos de retorno às aulas deve ocorrer com o envolvimento de toda a comunidade escolar, uma vez que ela será diretamente impactada com esse retorno