Quarto de despejo: a singularidade de uma escrita marginal
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Resumo
Este trabalho tem por finalidade examinar a escrita intima de Carolina Maria de Jesus no livro Quarto de Despejo: diário de uma favelada e apresentar a maneira como esta escritora concebia e desenvolvia a escrita, tendo em vista que era uma mulher, negra e semianalfabeta residindo em uma favela. Ao mesmo tempo propõe uma discussão a respeito da repercussão que o livro mencionado causou ao alcançar um grande sucesso de vendas chegando a 100 mil exemplares vendidos em um curto período de tempo. Além de ter sido traduzido para 13 idiomas e publicado em vários países. Contradizendo esse sucesso de vendas, a autora desse livro cai em um esquecimento profundo de modo que na mesma rapidez em que adentrou no campo literário e conseguiu notoriedade tanto no Brasil como em outros países, pouco tempo depois deixa o universo literário e volta a sua condição de favelada e catadora de papel. Para a realização da análise foram feitas pesquisas bibliográficas e uma leitura sistemática do livro Quarto de Despejo: diário de uma favelada de Carolina Maria de Jesus. O método utilizado foi a pesquisa descritiva visto que se buscava examinar a escrita íntima do diário, ao mesmo tempo em que se investigava a presença do discurso da exclusão, a maneira como a voz de uma mulher negra e marginalizada emerge em uma literatura brasileira marcada por um cânone branco, masculino e elitista e como a negritude era vivenciada pela escritora.