Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Estudo de Linguagens (PPGEL)
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- ItemVocabulário e realidade extralingüística das escrituras de compra e venda de escravos da região sisaleira baiana(Universidade do Estado da Bahia, 2008) Silva, Nilzete Cruz; Abbade, Celina Márcia de Souza; Oliveira, Jaciara Ornelia Nogueira deEsta pesquisa tem como objetivo maior, levantar o vocabulário contido nas escrituras de compra e venda de escravos da Região Sisaleira Baiana no século XIX, no período compreendido entre 1869 a 1874, buscando-se estabelecer uma relação com a realidade extralingüística da comunidade de Conceição do Coité, principal cidade da referida Região e de cujo cartório de registro foi retirado o livro número um que contém as escrituras que se constituem no corpus deste trabalho. Com o aporte teórico de algumas teorias lexicais, principalmente as desenvolvidas por Mário Vilela e Eugenio Coseriu, como também conceitos da Análise do Discurso francesa para explicar o contexto sócio-histórico, a pesquisa começou com uma seleção e transcrição de dez escrituras de compra e venda de escravos e levantamento das lexias contidas nas mesmas, seguidas da sua categoria gramatical, do seu conceito e de exemplos remetidos ao texto das escrituras, constituindo-se ao final um vocabulário. Definir o contexto histórico, ou seja, como vivia o Brasil, qual a ideologia reinante na época, e estabelecer o interdiscurso que permeava a sociedade coiteense sobre os escravos no mesmo período, permitiram compreender o momento histórico em que as escrituras foram feitas. Também foi possível realizar uma análise das lexias que no decorrer do tempo sofreram modificações no seu significado ou que podem ser interpretadas como representativas de uma realidade extralingüística própria do período estudado. Pretendeu-se mostrar que o repertório lingüístico de um povo, representado pelo seu léxico,, está relacionado à história e à cultura desse mesmo povo e ao estudar o léxico, pode-se conhecer aspectos culturais e os dizeres de uma comunidade lingüística em um determinado período de tempo.
- ItemFotografia e as representações culturais no universo das festividades escolares(Universidade do Estado da Bahia, 2008) Cruz, Odete Uzêda Da; Neto , João Antonio de Santana; Caldas, Sônia Regina de Araújo; Oliveira, Jaciara Ornélia Nogueira deEste estudo apresenta-se como a dissertação de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens da UNEB, viabilizado com o patrocínio da FAPESB e sob a orientação do Prof. Dr. João Antonio de Santana Neto. A inquietação principal do estudo é a busca por compreender a discursividade de fotografias de representações culturais no universo de festividades escolares, notadamente fotos que retratam as festas natalinas, juninas e do Dia do Folclore. A partir da constituição de grupos de fotografias, buscamos analisar os sentidos atribuídos às imagens. O estudo das fotografias utiliza o referencial teórico-metodológico da Análise do Discurso de linha francesa e da História Cultural, entrelaçando a linguagem e a história e buscando, através dos conceitos de condições de produção, formação discursiva, formação ideológica e interdiscurso, atribuir sentidos a essas imagens do cotidiano escolar, representadas em uma encenação de baile pastoril, em uma quadrilha junina e na encenação de elementos do culto afro-baiano. A imagem fotográfica é suporte da memória, linguagem desencadeadora de sentimentos, emoções e portadora de discursividade. Apontamos direções e levantamos problematizações diante da percepção da presença de um discurso com fortes marcas na direção da construção da identidade nacional, percebida a partir da contribuição das matrizes branca, negra e índia. Essa pretensa unidade mítica da constituição do estado nacional brasileiro, presente no discurso pedagógico a partir da década de 1930, vai sendo institucionalizada na formação de uma memória discursiva presente no ambiente escolar. Os espaços, onde e como essas participações - européia, africana e indígena - podem ou devem funcionar constituem o foco das indagações propostas.
- ItemA propaganda de escolas e faculdades em outdoor: uma análise discursiva(Universidade do Estado da Bahia, 2008) Caetano, Eugênia Marcia Andrade; Machado, Rosa Helena Blanco; Sobral, Gilberto Nazareno Teles; Souza, Iracema Luiza deEste trabalho tem como objetivo analisar o discurso publicitário veiculado em outdoor por escolas e faculdades particulares de Salvador, em um recorte temporal que transita dos anos 1998 a 2006, sob a ótica da Análise do Discurso de linha francesa. O estudo se fará pelo exame da constituição dos sentidos e dos efeitos dos sentidos que se apresentam nas formulações lingüísticas, bem como naquelas formulações imagéticas encontradas nas peças publicitárias e na conjunção desses procedimentos discursivos constituintes de sentidos que organizam o dizer publicitário. Nas análises, a compreensão do funcionamento discursivo será possibilitada pelo estudo das condições de produção desses discursos, quer seja o que se conhece por condições de sentido amplo, quer seja pelas condições mais relativas à enunciação propriamente dita – a da situação em que ocorre o evento de linguagem. E também em uma abordagem acerca dos interdiscursos e apreensão das formações discursivas e posicionamentos dos sujeitos que autorizam os dizeres ali contemplados em torno do saber da educação, principalmente da educação superior, contextualizada na pós-modernidade, no mundo da globalização, tal como o que vive hoje a sociedade brasileira, em boa parte de sua compleição. O estudo se desdobrará na observância de uma cronologia na criação e divulgação das peças publicitárias, nas quais se buscam encontrar as recorrências, regularidades nesses dizeres, bem como seus pontos de dispersão.
- ItemA Bahia de Hildegardes Vianna: um estudo sobre a representação de mulheres negras(2008) Matos, Consuelo AlmeidaNeste estudo propõe-se analisar as crônicas produzidas pela escritora e folclorista Hildegardes Vianna, publicadas no jornal A Tarde, no período de 1955 a 1999, com vistas a entender as representações produzidas sobre as mulheres negras na Bahia no início do século XX. Nesse sentido, faz-se um esboço da formação intelectual dessa folclorista, traça-se um panorama histórico e cultural da cidade de Salvador, no período tratado nas crônicas, bem como se considera os contextos de produção das crônicas de Hildegardes Vianna. Por fim, interpretam se criticamente as produções textuais da cronista que trazem representações da mulher negra, marcadas por uma visão racista e sexista
- ItemLuz oblíqua, obra inédita de Ildásio Tavares: edição crítica e estudo do sujeito-poeta(Universidade do Estado da Bahia, 2008-04-17) Silva, Barbara Cristina De Carvalho Martingil Da; Santos , Rosa Borges dos; Neto, João Antônio de Santana; Queiro, Rita de Cássia Ribeiro deA edição crítica dos setenta e sete poemas de Luz Oblíqua, de Ildásio Tavares, parte da obra maior As Flores do caos, e o estudo do sujeito-poeta em vinte e nove poemas desse conjunto são o foco desse trabalho. Definidos os corpora, adotaram-se os procedimentos teóricometodológicos da Filologia Textual e da Análise de Discurso, de linha francesa, com relevo para os estudos de teóricos, como Michel Pêcheux, Dominique Maingueneau e Eni P. Orlandi. Traçaram-se as características relativas ao autor e sua obra. No exame dos textos, manuscritos, datiloscritos, digitoscritos e impressos, empregou-se o método filológico, seguindo as etapas: recensio, collatio, eliminatio, stemma codicum, emendatio e constitutio textus, para a apresentação dos textos críticos, com respectivos aparatos, indicando-se, neles, as variantes. Na perspectiva da Análise de Discurso, desenvolveu-se o estudo acerca da construção do sujeito, segundo o tema mais pungente da obra: a metapoesia. Em anexo, estão dispostos os textos que serviram de base para esta edição e os textos de base com divergências quanto aos testemunhos-fonte
- ItemLinguagem, discurso e exclusão: uma visão de textos dissertativos de alunos universitários(Universidade do Estado da Bahia, 2008-04-22) Gomes Filho, José; Machado, Rosa Helena Blanco; Silva, Maria da Conceição Fonseca; Oliveira, Jaciara Ornélia Nogueira de; Santana Neto, João AntônioA dissertação busca analisar as razões lingüísticas, discursivas e argumentativas que justificam um discurso preconceituoso de professores universitários do ensino superior privado em relação a textos acadêmicos, em especial no gênero textual: a dissertação argumentativa de alunos, sobretudo alunos recém ingressos no ensino superior. A pesquisa foi feita a partir da análise de dez redações de alunos da Faculdade Social da Bahia, provenientes de vários cursos superiores, com o objetivo de analisar o discurso discente e as observações metalingüísticas docentes em torno aos problemas lingüísticos e textuais encontrados nesta produção. Paralelamente se efetuaram entrevistas (10) com professores de diferentes áreas de ensino e de diferentes semestres da mesma Faculdade para identificar aí e apreender as significações sobre o que seja um bom texto e a capacidade/domínio da língua pelo aluno, autorizando-nos a pensar, a partir dos ensinamentos da análise do discurso sobre as “formações discursivas” que legitimam a formulação e a circulação desses dizeres denotadores de um poder/saber que autoriza a exclusão daqueles que não o seguem, além de se analisarem também do ponto de vista da Análise do Discurso, alguns conceitos básicos e as competências interativa, textual e gramatical relativas à produção textual conforme os PCN Ensino Médio +: orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais, de modo que se estabeleçam oposições/confrontos entre estes discursos e o que é verificado na prática discursivo-pedagógica do professor em relação à produção do aluno do ensino superior aqui abordado. Como suporte teórico, utilizou-se da Análise do Discurso da linha francesa, filiada a Michel Pêcheux, com o propósito de, a partir de alguns de seus dispositivos, identificar as razões das interdições que excluem os saberes lingüísticos demonstrados pelos alunos em sua produção escolar. Também foi utilizada a Teoria da Argumentação: A nova retórica, de Chaïm Perelman e Lucie Olbrechts-Tyteca na análise de uma parte de dados de nosso corpus.
- ItemDo caixote à prateleira: um olhar investigativo sobre as mulheres-leitoras do curso de letras(2008-04-24) Sousa, Denise Dias de CarvalhoTrata-se de uma pesquisa de campo que investiga as histórias de leitura das alunas do curso de letras do 8º semestre, turno noturno, do Departamento de Ciências Humanas – DCH – Campus IV – Universidade do Estado da Bahia, no município de Jacobina, tendo como eixo teórico a Sociologia da Leitura e as contribuições da abordagem (auto) biográfica e dos estudos da História Cultural. Nessa perspectiva, este estudo pretende apresentar como essas alunas se constituíram leitoras. No primeiro momento, analiso as redes de sociabilidade que propiciaram o contato das alunas com a leitura: pessoas, ambientes, situações, personagens, prosas e versos, bem como suas representações sobre leitura, literatura e leitor. No segundo momento, focalizo mais particularmente o itinerário de leitura de seis alunas, a partir da instância de mediação biblioteca, buscando compreender como diferentes percursos de vida possibilitam a formação de leitores distintos em espaços formais e não-formais
- ItemPalavras (en) cantadas do Ilê Aiyê: nos fios das tranças o caminho da África(2008-07-21) Deus, Maria do Socorro Silva Aquino deEste trabalho toma como objeto de estudo o Bloco Ilê Aiyê. Nesta dissertação busca-se inferir a retomada do passado africano proposta pelo Bloco afro Ilê Aiyê, utilizando as figuras da Mãe Preta e da Deusa do Ébano como símbolos de identidade negra ancorada em uma proposta estética de afirmação e reelaboração da autoestima dos afro-descendentes. Certos elementos culturais são utilizados pelo Bloco como sinais emblemáticos da diferença e constituem o perfil sugerido: a vestimenta, a dança, o canto, os traços étnicos, a religião, a ancestralidade, formando o chamado Perfil Azeviche, representando culturalmente sua proposta de combate ao racismo e à discriminação. Retomam-se nesse estudo, para tanto, leituras produzidas sobre o movimento negro no Brasil e nas diásporas africanas e a inserção dos blocos afros no carnaval de Salvador como um dos meios utilizados, artisticamente, para denunciar e discutir o racismo e a discriminação, como Fantz Fanon, Homi Bhaba, Maria Nazareth Soares Fonseca, Dalmir Francisco, Stuart Hall, entre outros. Desse estudo, compreende-se a construção de uma outra visibilidade do povo negro em Salvador, bem como da discussão do que é ser negro e o carnaval baiano como espaço de reivindicação desse novo lugar e dessa nova estética.
- ItemCaminhos feitos de palavras: a recepção da literatura infantil por crianças de uma escola pública(2009) Barreto, Maria Elena Vilanova LoisEsta dissertação analisa uma prática de leitura, proposta através de oficinas literárias, realizada em uma sala de aula de 3ª série da Escola Municipal Tomás Gonzaga, na cidade de Salvador, no formato de uma pesquisa-ação. A investigação elege como referencial teórico as contribuições das teorias da Estética da Recepção e da Sociologia da Leitura, com vistas à criação das oficinas literárias e a uma reflexão acerca da mediação de leitura. Nesta pesquisa-ação, parte-se do entendimento de que o ato de ler demanda a interação texto e leitor para a constituição de uma sensibilidade estética e de que o mediador tem um papel significativo nesse processo
- ItemConstruções de tópico do tipo deslocamento à esquerda de sujeito: um olhar sobre a fala culta de Salvador(2009) Mendes, Lenilza Teodoro dos SantosEsta pesquisa investiga o fenômeno das construções de tópico do tipo Deslocamento à esquerda de sujeito (DESuj) na fala de informantes de nível universitário de Salvador, em situações formais a partir dos inquéritos do Projeto Norma Urbana Culta (NURC / Salvador), gravado na década de 1970 e de dados gravados em 2007/2008 a partir de aulas ministradas por professores universitários. Seus principais objetivos consistem em investigar condicionamentos lingüísticos, sociais e discursivos que influenciam na realização desse fenômeno através de análise quantitativa e qualitativa. Para tanto, são utilizados os instrumentais teórico-metodológicos da Sociolingüística Variacionista e do Funcionalismo aliado à Pragmática. Esta investigação está respaldada no entendimento da língua como uma relação entre aspectos lingüísticos, sociais e discursivos, tendo em vista que as construções de tópico se encontram, segundo Pontes (1987, p.15), “no limiar entre a sintaxe e o discurso”, em detrimento de aspectos meramente gramaticais veiculados pela Tradição Gramatical. Dentre os inúmeros resultados obtidos, constatou-se a preferência dos falantes pela construção de tópico do tipo Deslocamento à esquerda de sujeito com estrutura formada por sintagma nominal (SN) e retomada anafórica com pronome pessoal de 3ª pessoa, porém sem restrição de ocorrência formada por outros ambientes sintáticos. Esse resultado corrobora com a afirmação de que o Português Brasileiro (PB) apresenta uma tendência ao preenchimento do sujeito, ocasionada pela redução da flexão verbal
- ItemConcordância verbal, mercado de trabalho e ensino médio: um olhar sociolingüístico sobre a fala e escrita de mulheres de comunidades populares de salvador(Universidade do Estado da Bahia, 2009) Mattos, Mattos, Andréa Andrade de; Lopes, Norma da Silva; Bulhões, Lígia Pellon de Lima; Souza , Emília Helena Portella Monteiro deEsta dissertação analisa, a partir da teoria Sociolingüística Variacionista, a aplicação da concordância verbal de terceira pessoa do plural em textos oral e escrito de 12 mulheres que estão em fase de conclusão do terceiro ano do Ensino Médio, em escola pública de Salvador no turno noturno, observando as variações lingüísticas e sociais e suas correlações. A pesquisa parte de dois pressupostos: primeiramente, a concordância verbal é um fenômeno lingüístico variável e sofre fortes influências – e estigmatização – sociais, por, historicamente, revelar a classe social e econômica do falante; e, em segundo lugar, a atividade profissional pode contribuir, até mais que a aprendizagem formal da língua materna proposta pela escola pública, para a aplicação das regras propostas pelas gramáticas normativas. Tendo-os como ponto de partida, o percurso deste trabalho inclui uma discussão, numa perspectiva teórica, sobre os conceitos de língua, a partir do entendimento da linguagem, suas relações com a sociedade e o ensino formal de língua portuguesa, mais especificamente o Ensino Médio e as políticas públicas para este nível de ensino, que inclui a inserção do mercado de trabalho como um de seus objetivos. Aplicando o processo metodológico da Sociolingüística, percebeu-se que, no corpus oral, as mulheres da faixa etária 1 (17-23 anos) aplicam mais a regra de concordância verbal que as mulheres da faixa etária 2 (24-35 anos) e essas mais que as da 3 (mais de 35 anos), mesmo estas tendo um maior tempo em sala de aula, por conta da aprendizagem tardia, e maior tempo no mercado de trabalho. Em contrapartida, elas estão mais identificadas com a comunidade de fala, por conta do reduzido contato com outros contextos lingüísticos. No corpus escrito, são as mulheres da faixa etária 2 quem mais correlacionam o sujeito com o verbo em número, seguidas das alunas mais novas. A variável saliência fônica, no nível 6, é/são, como a que mais favorece a aplicação de CV, enquanto o nível 1, bebe/bebem, a menos favorecedora. No texto escrito, apenas três variáveis foram selecionadas: faixa etária, posição do sujeito e saliência fônica. Além disso, o fato de essas mulheres exercerem uma atividade profissional não promove, mais que a escolarização, a aplicação de regras normativas relativas à concordância verbal, pois a profissão que desenvolvem não exige, diretamente, o uso da norma padrão. Todos estes resultados realçam que a influência da comunidade de fala é muito significativa nas normas vernaculares. Percebeu-se, também, que não há uma transferência “natural” da escrita para a oralidade, como esperam os programas educacionais.
- ItemNa vida com todas as letras: manifestações sociais da escrita: práticas escolares e usos cotidianos(Universidade do Estado da Bahia, 2009) Mendonça, Lívia de Carvalho; Bulhões, Ligia Pellon de Lima; Borges, Carla Luzia Carneiro; Gilberto Nazareno Telles , Gilberto Nazareno TellesEste trabalho é resultado de pesquisa etnográfica, de base qualitativa, sobre a escrita enquanto um conjunto de práticas sócio-históricas. O seu objeto são as atividades de escrita desenvolvidas por duas escolas municipais de Feira de Santana – BA, cujos alunos são dos bairros de Sobradinho e Baraúna, e a sua relação com os usos cotidianos de escrita destes sujeitos no espaço familiar e comunitário. Uma escola é de educação regular, enquanto a outra apresenta uma proposta alternativa de ensino. Foram entrevistados quatro alunos e sete pais de alunos que residem há mais de quinze anos nos dois bairros. Os objetivos do trabalho foram: investigar se as práticas escolares de escrita atendem aos propósitos discursivos dos sujeitos; qual a atitude assumida pelos sujeitos com relação às suas práticas escolares de escrita; quais os gêneros textuais de escrita são contemplados na escola, e se eles se identificam com os gêneros textuais que circulam na vida cotidiana dos sujeitos; e, qual a relação que se estabelece entre oralidade, escrita e contexto de interação verbal. O referencial teórico utilizado pela pesquisa diz respeito a concepções de escrita em uma perspectiva sócio-cultural e no contexto de diferentes práticas discursivas dos diferentes sujeitos, com base em uma seleção de autores. Foi feita pesquisa de campo que contou, no total, com dezesseis visitas aos bairros. Escolheu-se um grupo representativo de sujeitos de acordo com os seguintes fatores ou variáveis sociais: gênero, faixa etária, escolaridade, tempo de moradia no local, profissão e renda familiar. Foram realizadas entrevistas abertas com temas gerais referentes às relações familiares, práticas de lazer, função na comunidade, práticas religiosas e práticas de escrita. Considerou-se também como procedimento de pesquisa a observação da atitude dos sujeitos com relação às suas práticas sociais, em especial às suas experiências enquanto leitores e redatores, tanto no contexto escolar quanto em sua vida cotidiana. Concluiu-se que os fatores ou variáveis: idade dos alunos, profissão e espaço comunitário são pertinentes para caracterizar as práticas de escrita dos sujeitos investigados. E que a escola tradicional ainda fundamenta o trabalho em língua portuguesa em uma concepção tradicional de língua e escrita, já que privilegia o estudo de regras da gramática normativa. Concluiu-se também que a escola complementar tem uma visão contraditória de língua e de escrita, por desenvolver uma prática tradicional de ensino do português, ao mesmo tempo em que, teoricamente, adota o texto como unidade do trabalho com a língua, considerando-a na perspectiva dos usos, como sugerem os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Básica (1997). Portanto, de um modo geral, concluiu-se que não há relação entre as escritas escolares e as práticas sociais de escrita que fazem parte do cotidiano dos sujeitos. Por isso, conhecer os indivíduos torna-se imprescindível, o que mostra que não se pode simplesmente querer desenvolver atividades de leitura e de produção de textos na escola desvinculadas da realidade dos sujeitos, sob pena de estes estarem fadados a não se tornarem redatores e leitores eficientes, ou seja, a serem excluídos da vida com todas as letras.
- ItemArgumentação nos processos judiciais de agressão contra a mulher(2009-03-13) Feistauer, Cláudia MadalenaNo presente trabalho analisa-se pronunciamentos da Defesa e de sentenças de processos judiciais que enfocam casos de agressão contra a mulher; descreve-se sucintamente a estrutura do processo penal e estuda-se algumas características da linguagem jurídica, centrando-se na análise de estratégias argumentativas presentes nos processos. Levando-se em conta as cenas enunciativas próprias do discurso jurídico e seus protagonistas, os interesses em que se engajam os locutores na defesa de seus pontos de vista, analisa-se as peças processuais como produtos discursivos do projeto de dizer de cada locutor já que são construídas não por relações biunívocas entre recursos expressivos, mas como forma de orientar argumentativamente, pela persuasão, os destinatários dos discursos proferidos. O aporte teórico que norteou este trabalho foi o da Nova Retórica de Perelman e Olbrechts-Tyteca levando-se em conta que o discurso jurídico possui um caráter fundamentalmente argumentativo. Nos processos analisados foram encontrados argumentos construídos com o raciocínio indutivo; ilustrações, analogias, metáfora para a solução dos casos e em todos a defesa obteve êxito em absolver ou atenuar a pena dos acusados. Percebe-se que nos casos de violência conjugal que foram encontrados em dois dos processos, a argumentação foi construída levando em consideração a posição do homem como mantenedor do lar Conclui-se que a força dos argumentos consegue atingir seu alvo pelas escolhas dos termos, pela lógica, mas possui interferência de aspectos ideológicos que circulam na sociedade
- ItemO “diferente” e o “feminino” em Shrek : uma análise das formações discursivas(Universidade do Estado da Bahia, 2009-04-25) Santos, Miriam Ramos dos; Santana Neto, João Antônio de; Matos, Maria Afonsina Ferreira; Carvalho, Maria do SocorroNa presente dissertação, apresenta-se uma análise discursiva do Filme Shrek (2001) dirigido por Andrew Adamson e Vick Jenson, adaptado ao cinema a partir do conto de fadas Shrek! de W. Steig (2000). O estudo investiga as formações discursivas nesse filme, de modo a considerar as marcas da sociedade pós-moderna, bem como o fato de se tratar de uma narrativa fílmica com características de conto de fadas contemporâneo. Para isso, utiliza-se a Análise de Discurso de linha francesa como aporte teórico, com ênfase em conceitos como discurso, ideologia e formação discursiva. Aborda-se a análise fílmica e teorias da Literatura Infanto-Juvenil para explicar os aspectos estruturais e simbólicos dos contos de fadas (contemporâneos). Em Shrek, busca-se observar posicionamentos nas formações discursivas dos personagens considerados “anormais” e por isso expulsos de DuLoc – com enfoque no casal ogro – e de personagens femininas – com destaque em Fiona. Considera-se o filme como unidade significativa, com junção do verbal e não-verbal, que materializa o discurso. Valores abordados em contos infantis recentes comumente refletem marcas de discursos dominantes, de influência histórica e ideológica. Shrek não é exceção. A propagação de idéias na sociedade “pós-moderna” de aceitação ao outro e da coexistência de múltiplas liberdades a serem exploradas e/ou respeitadas pelo ser, aliadas a fragmentação do indivíduo, propiciam a permuta do sujeito nas formações discursivas. Assim, a partir dos personagens citados, analisa-se como ocorre essa permuta e o porquê de tais ocorrências.
- ItemA magia da construção do ethos em propagandas institucionais bancárias(2009-08-05) Ferreira, Aurea Virginia Nogueira; Santana Neto, João Antonio de; Caldas, Sônia Regina de Araújo; Sobral, Gilberto Nazareno TellesNesse estudo evidenciam-se mecanismos que propiciam a persuasão do auditório à aquisição de produtos e serviços, a partir da construção de um ethos positivo. A análise baseou-se nos aportes teóricos de Dominique Maingueneau e da teoria da Nova Retórica de Chaïm Perelman e Lucie Olbrecchts-Tyteca, servindo-se do universo de sentido de cinco peças publicitárias de quatro instituições bancárias (Banco Real, Banco Bradesco, Caixa Econômica Federal e Banco da Lavoura). Para isso, retomou-se à retórica antiga, a partir de Platão, vislumbrando operar a concepção aristotélica do verdadeiro e do justo, por meio dos princípios de prudência, virtude e benevolência, refletindo credibilidade ao alocutário. Nesse sentido, possibilitou-se evidenciar, que as instituições, para persuadir, utilizam os meios de prova, apropriam-se dos valores desse auditório, estabelecendo em seus discursos acordos. Fundamentam sua argumentação nas premissas propostas por Perelmam e Olbrecchts-Tyteca, em que fatos, verdades, presunções, os lugares de quantidade e de qualidade transformam tais instituições dignas de confiança. Portanto, na “moldura ilustrada” de Maingueneau, nos discursos publicitários bancários, por meio dos signos verbais e não-verbais, a cena de enunciação proporciona um satisfatório desempenho persuasivo, em que a cenografia escolhida valida um ethos confiável. Além disso, a formação discursiva iguala o dito e o tom, construído a partir dos estereótipos (caráter) e de uma corporalidade desse enunciador, emergindo, assim, o fiador. Dessa forma, o ethos, no ato da enunciação, argumenta, reproduz acordos, seduz e persuade.
- ItemAs encruzilhadas, o ferro e o espelho: a Poética Negra de Abdias do Nascimento(2009-09-28) Barbosa, Lindinalva AmaroEste trabalho estuda a produção literária de Abdias do Nascimento, intelectual negro e artista contemporâneo. Para tanto, foi considerada parte da composição poética do autor expressa na publicação Axés do Sangue e da Esperança - Orikis , editada pela Achiamé/Rioarte, Rio de Janeiro,1983. A definição do corpus de análise privilegiou os poemas cuja temática se concentra universo afro-religioso dos orixás; no entanto, outros temas relacionados ao campo das experiências históricas do povo negro na África e na Diáspora, considerados relevantes no decorrer da investigação, também compõem a análise do objeto. Neste trabalho, a noção da Literatura Negra funciona como conceito-chave para explicar a poética de Abdias do Nascimento, articulada à sua própria trajetória de vida enquanto intelectual pan-africanista e artista de múltiplas competências. O trabalho investiga os conteúdos religiosos e identitários negros que podem presentes na poética do autor, discutindo os sentidos/ significados das suas proposições para uma possível construção de consciência e identidades negras no Brasil.
- ItemUsos sociais da escrita : uma abordagem etnográfica na comunidade do Baldez(Universidade do Estado da Bahia, 2010) Cerqueira, Sandra Sinara Araújo; Bulhões, Ligia Pellon de Lima; Alkmim, Tânia Maria; Machado, Rosa Helena BlancoEste estudo apresenta, por meio de uma abordagem etnográfica, reflexões sobre os usos e concepções de escrita em uma comunidade de um pequeno município do interior baiano. Os dados coletados provêm de entrevistas a dez sujeitos do local, de observações registradas em anotações de campo, de registros fotográficos e de textos escritos produzidos pelos sujeitos pesquisados. A análise baseia-se em autores cujas concepções de língua e de escrita colocam nas como práticas sociais. A orientação assumida para a compreensão da escrita na comunidade é a de que ela é desenvolvida como competência social estabelecida em contextos de práticas regulados por disposições adquiridas pelos sujeitos, por habitus, bem como por suas necessidades de uso. Daí depreende-se que concepção de escrita os sujeitos pesquisados apresentam como referência às suas práticas. Nessa perspectiva, o contexto se define pela própria comunidade estudada, percebida em ações sociais compartilhadas por indivíduos em situações que se alteram constantemente, de modo a também serem alteradas as relações entre os sujeitos. Para isso, caracterizam-se os indivíduos pesquisados, a comunidade e as relações estabelecidas entre eles
- ItemVocê, a gente et alia indeterminam o sujeito em Salvador(Universidade do Estado da Bahia, 2010-03-23) Carvalho, Valter de; Lopes , Norma da Silva; Mota , Jacyra Andrade; Bulhões, Lígia Pellon de LimaA presente pesquisa investigou as principais estratégias para marcar a indeterminação do sujeito na fala urbana popular e culta de Salvador, registrando-as e descrevendo-as. Buscaram-se não só as formas consideradas canônicas pelas gramáticas tradicionais, tais como as formas verbais sem sujeito lexical expresso, o verbo na 3ª pessoa do plural (Ø+V3PP), o verbo na 3ª pessoa do singular mais o pronome “se” (Ø+V3PS+SE) ou ainda o verbo no infinitivo impessoal (Ø+VINF), mas também outras estratégias como “você”, “a gente”, “nós”, “eles”, “eu”, voz passiva sem a gente (VPSA), voz passiva sintética (VPASSINT) e as “formas nominais”, como, por exemplo, “o cara, o sujeito, o pessoal” entre outras. O trabalho foi desenvolvido de acordo com o enquadramento teórico-metodológico da Sociolinguística Variacionista, buscando identificar os contextos extralinguísticos ou sociais (gênero/sexo, escolaridade e faixa etária) e linguísticos (forma antecedente, mudança/manutenção do referente, tempo e modo verbal, tipo de verbo, preenchimento do sujeito, tipo de oração, grau de indeterminação) que justificassem os usos encontrados. Para a realização desta pesquisa, foram analisados quarenta e quatro inquéritos do tipo DID (Diálogo entre Informante e Documentador) do Programa de Estudos sobre o Português Popular Falado de Salvador (PEPP) e do Projeto de Estudo da Norma Linguística Urbana Culta de Salvador (NURC-SSA). Os dados, após sua coleta, foram submetidos à quantificação através do pacote de programa Varbrul 2S e do GoldVarb X. Os resultados mostraram que os falantes de Salvador nos diversos níveis de escolaridade fazem uso de várias estratégias para marcar a indeterminação do sujeito, principalmente das formas pronominais “você” e “a gente”, influenciadas por diversos fatores extralinguísticos e linguísticos.
- ItemÁ lexical: o léxico de terreiro em tenda dos milagres, construção identitária do povo-de-santo(Universidade do Estado da Bahia, 2010-03-23) Dourado, Lise Mary Arruda; Abbade, Celina Márcia de Souza; Aragão, Maria do Socorro Silva; Oliveira, Silvio Roberto dos Santos; Castro , Yeda Pessoa deNesta dissertação, tem-se como objetivo apresentar uma análise dos campos lexicais constituídos pelas duzentos e noventa lexias de terreiro, presentes na 1ª edição de Tenda dos Milagres, metaficção historiográfica da autoria de Jorge Amado (1969). Para tanto, fez-se o levantamento dessas duzentos e noventa lexias de terreiro, corpus da pesquisa, as quais foram organizadas em glosas e, posteriormente, classificadas em doze campos lexicais, referentes ao universo litúrgico afro-brasileiro: das nações; dos santos; da hierarquia dos membros; das saudações; das insígnias; do vestuário; da cozinha-de-santo; das plantas; dos instrumentos musicais; da dança; dos ritos; e dos espaços sagrados. Com o intuito de atingir os objetivos propostos, utilizaram-se como fundamentação: a teoria dos campos lexicais, proposta por Coseriu (1977); o conceito de identidade a partir da língua, de Rajagopalan (2004a, 2004b, 2004c); as definições de língua-de-santo e de linguagem usual do povo-de-santo, ambas elaboradas por Castro (2005[2001]); e o conceito de povo-de-santo, de Lody (1995). Devido ao caráter lexicológico da referida pesquisa, foram também consultados compêndios lexicográficos: dicionários de especialidades, tais como o de Lody (2003) e o de Cacciatore (1935); os dicionários de línguas africanas, o de Fonseca Júnior (1983) e o de Fernandes Portugal (1998[1985]); o dicionário de língua banto no português do Brasil, de Lopes (2003); o vocabulário afro-brasileiro, de Castro (2005[2001]); entre outros.
- ItemPráticas discursivas da mídia impressa acerca da criminalidade juvenil: o “caso Sirlei”(Universidade do Estado da Bahia, 2010-03-23) Vilas Boas, Fabíola Silva de Oliveira; Sobral , Gilberto Nazareno Telles; Neto, João Antonio de Santana; Queiroz, Rita de Cássia Ribeiro deEste trabalho insere-se no âmbito dos estudos de cunho analítico-bibliográfico e tem como objetivo central investigar, por meio do funcionamento discursivo de materialidades veiculadas na mídia impressa brasileira, as posições-sujeito que atravessam o discurso jornalístico acerca da criminalidade juvenil e as representações sociais de jovens agentes de crimes nesse processo de constituição da subjetividade. Os fundamentos teóricometodológicos ancoram-se na Análise de Discurso de vertente francesa, configurada por Michel Pêcheux, na França, década de 60 (século XX), a partir da qual são mobilizados conceitos-chave como Sujeito Discursivo, Formação Ideológica, Formação Discursiva, Interdiscurso e Condições de Produção. Somam-se a esse referencial estudos de pesquisadores brasileiros que estão situados na esteira dessa vertente francesa bem como a noção de Representação Social proposta por Serge Moscovici, no âmbito da Psicologia Social, a qual se coaduna com questões relacionadas às práticas discursivas, ao sujeito e ao social, também propostas na Análise de Discurso pecheutiana. As materialidades que se constituem objeto de análise - três reportagens, três artigos de opinião, dois índices e uma capa de revista - foram veiculadas em quatro periódicos brasileiros, a saber, Caros Amigos, Época, Isto É e Veja, que circularam no mês de julho, do ano 2007, data posterior a um crime de grande repercussão no Brasil: a agressão praticada por cinco jovens cariocas de classe média, na madrugada de 23 de junho de 2007, no Rio de Janeiro, contra Sirlei Dias de Carvalho Pinto, brasileira, carioca, empregada doméstica; crime referido na mídia brasileira como “caso Sirlei”. A partir dos investimentos de análise, apontam-se duas formações discursivas nas materialidades: uma predominante, em que o sujeito do discurso se apoia e produz representações dos jovens agentes da ação criminal como criminosos cruéis a serem punidos de acordo com os rigores da lei; e outra que se inscreve no fio discursivo em forma de interdiscurso e mantém com a primeira uma relação tensa de contradição ao representá-los como crianças que, uma vez nessa condição, não devem receber punição.